Notícias
Projeto de coleta de castanha beneficia comunidades Yanomami, em Roraima
Foto: Guilherme Gnipper/Funai
Cerca de 40 homens, mulheres, crianças e velhos, das comunidades Xikawa e Cachoeirinha realizaram, entre os meses de junho e julho deste ano, a atividade de coleta e a comercialização de castanha-do-brasil na região do Ajarani, na Terra Indígena Yanomami (RR).
Com o objetivo de construir alternativas econômicas sustentáveis, a Frente de Proteção Etnoambiental Yanomami e Ye`kuana (FPEYY) da Funai, a Hutukara e o Instituto Socioambiental (ISA) firmaram em 2010 uma parceria para apoiar a coleta de castanhas pelo povo Yanomami. Nesse sentido "A Frente de Proteção Etnoambiental Yanomami e Ye`kuana sempre valoriza essas iniciativas dos indígenas, uma vez que traz autonomia para a comunidade. A tendência é que eles venham aperfeiçoando cada vez mais a comercialização da castanha o que viabiliza uma ótima alternativa econômica pra aldeia. A FPEYY continuará fornecendo todo apoio necessário para esta atividade", disse Andréa Martucelli, técnica da FPEYY.
Além de proporcionar renda aos indígenas, as atividades de coleta de castanhas contribuem para a proteção do território Yanomami, com a ocupação de outras áreas da região, o que colabora tanto para a retomada do modelo de ocupação tradicional, quanto para abrandar os efeitos do confinamento territorial imposto pela ocupação não indígena na TIY.
A região do Ajarani, localizada no limite leste da TI Yanomami, foi uma das portas de entrada para a invasão do território por não indígenas, sobretudo na década de 1970, durante a construção da rodovia Perimetral Norte. O contato deixou profundas marcas nas comunidades da região, tanto por haver desorganizado o sistema produtivo, quanto pelas baixas demográficas, resultado das sucessivas epidemias de gripe e sarampo, além da incidência de malária e tuberculose.
A coleta
Esse ano, os indígenas se organizaram em quatro grupos de coleta, constituídos por relações de afinidade e parentesco, e permaneceram por quase um mês acampados próximos aos castanhais. O trabalho teve início com a limpeza dos arredores das castanheiras e a coleta dos ouriços Durante a quebra, as crianças ajudaram retirando as castanhas dos ouriços recém-abertos. Ao fim desse processo, as castanhas foram colocadas em sacos de fibra e transportadas para o acampamento, onde foram lavadas e colocadas para secagem.
Após a coleta nos acampamentos, a castanha foi levada para as aldeias e submetida mais uma vez ao processo de secagem. Com o auxílio de um caminhão, a produção seguiu para Boa Vista para ser vendida nas feiras da cidade.
Com informações do ISA