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Povo Xavante da terra indígena Marãiwatsédé discute Educação Ambiental e Desenvolvimento Sustentável a partir da gestão de resíduos sólidos
Ocorreu na Aldeia Marãiwatsédé do povo Xavante da terra indígena Marãiwatsédé, no período de 18 a 22 de junho a ação denominada I Ciclo de Oficinas de Resíduos da Aldeia Marãiwatsédé. Nesta atividade, a temática Educação Ambiental e Desenvolvimento Sustentável foi abordada a partir do tema gerador gestão de resíduos sólidos naquela Terra Indígena.
O evento contou com ampla participação da comunidade, incluindo indígenas de diferentes idades e gêneros que discutiram a importância da sustentabilidade do povo
A’uwẽ
(autodenominação dos Xavante) em seus diversos aspectos nesse momento de retomada integral do território tradicional, do qual estiveram afastados por quase meio século.
Os anciãos relataram aos jovens como era a relação deles no passado com o
ropru
(lixo), restos de tudo o que consumiam e destacaram em suas falas a importância da higiene – limpeza da Aldeia, das casas e do corpo para a saúde da comunidade. Para a liderança Marcelo Abaré, “tudo era deixado na terra e não acumulava lixo, porque eles não ficavam muito tempo parados, também não tinha sacolinha, nem garrafas da cidade, só comiam caças, frutas e coisas plantadas”.
Na oportunidade trabalhou-se com cerca de 50 (cinquenta) pessoas sob a forma de oficina. A dinâmica do trabalho consistiu em discutir alguns conceitos e formas de gestão de resíduos que seriam possíveis na comunidade, captando o que seria pertinente para o modo A’uwẽ de fazer gestão de resíduos sólidos.
Seguiram-se as atividades com a produção de cartazes, textos e a apresentação dos grupos com os encaminhamentos resultantes. Conjuntos de tambores que foram pintados com as cores da coleta seletiva - disposta na Resolução CONAMA nº 275/2001- para os tipos de lixo mais gerados em Marãiwatsédé, escreveu-se o tipo de lixo a ser descartado em português e língua na Xavante e estes foram fixados em estruturas de metal em 06 (seis) pontos da Aldeia, definidos pela comunidade conforme equipes específicas da cultura:
Bötörö, Du’aro, Mo’onipa, Wa’awede, Wateiwede e Tsiba’adzatsi
.
Em momento posterior, para realizar a coleta do lixo das casas e arredores, foi-se ao
warã
(reunião de lideranças no centro da Aldeia) e convidou-se toda a comunidade para a atividade. Houve grande interesse, principalmente de mulheres, jovens e crianças. O material foi coletado separadamente, mesmo na região não havendo coleta seletiva, o que resultou em descarte em lixão, exceto para material hospitalar, pilhas e baterias.