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Seminário de Culturas Indígenas reúne indígenas e governo no Galpão da Cidadania, na Rio+20
Começou nesta quarta-feira, 20, o Seminário de Culturas Indígenas, coordenado pela Secretaria da Cidadania e Diversidade Cultural do Ministério da Cultura (Minc). O evento vai até amanhã, 21, no Galpão da Cidadania, na área portuária do Rio de Janeiro, como atividade paralela à Rio+20. O objetivo é promover a troca de experiências e divulgar as ações existentes para a promoção da cultura indígena. Cerca de 180 pessoas, entre elas indígenas de diversas etnias do Brasil estiveram presentes à abertura.
Para a coordenadora do evento e Secretária da Cidadania e Diversidade Cultural do Minc, Márcia Rollemberg, o seminário é um momento para interagir com as comunidades indígenas, pensar os erros e acertos, e como continuar esse trabalho, respeitando e valorizando as contribuições dessas comunidades para as políticas públicas brasileiras. "A expectativa é interagir para implementar uma política que honre a cultura dos povos originários do Brasil".
Durante o evento, Márcia Rollemberg anunciou que, "até o final do ano, o ministério vai instalar pelo menos 150 pontos de cultura em terras indígenas. É um canal importante de comunicação com o governo, fortalece a cultura local, a produção de conteúdos".José Carlos Levinho, diretor do Museu do Índio, representando a presidente da Funai no evento, fez um breve relato do histórico das políticas de promoção e proteção do patrimônio cultural indígena, lembrando que "só em 2007 foram retomadas, com consistência, as discussões para a implantação de uma política cultural, no âmbito da Funai. E ficou claramente definido que essas iniciativas deverão ser feitas em colaboração com diferentes setores, especialmente com o Ministério da Cultura".
Levinho relatou a experiência de trabalho com os Wajãpi, do Amapá, que serviu de base para as ações que são desenvolvidas hoje pela Funai. Com esse programa o Museu do Índio conseguiu concentrar todas atividades envolvendo diversos parceiros. "Uma experiência em que o museu estivesse a serviço dos índios, trabalhando com eles e para eles. Reunimos textos, videos, livros, centro de documentação, na terra Wajãpi".
Participaram da mesa de abertura, o Ministro interino da Cultura, Vitor Ortiz; o diretor do Museu do Índio, José Carlos Levinho; a secretária da Cidadania e Diversidade Cultural do Minc, Márcia Rollemberg, Dora Pankararu, representante do CNPC (Colegiado Nacional de Política Cultural); e Romancil Kretã, da Articulação dos Povos Indígenas do Sul (Arpinsul).
Romancil Kretã comemorou o lançamento do Plano Setorial de Culturas Indígenas. "Estamos hoje lançando o Plano Setorial, do qual fizemos parte. Foi difícil, porque há uma diversidade muito grande entre os povos indígenas, mas procuramos buscar uma maneira em que todos se sentissem contemplados. Temos também o desafio de construir o Plano Nacional de Cultura Indígena, em que vai ser importante a participação dos estados e municípios também para incluir o indígena, nos planos estaduais e municipais de cultura."
O Ministro Interino da Cultura, Vitor Ortiz disse que é importante assegurar os direitos culturais como direito social. "tanto acesso a bens culturais quanto garantir aos povos a oportunidade de se expressar culturalmente". Ele acrescentou que sem cultura não há desenvolvimento sustentável. "A sustentabilidade não é só geração de emprego e renda, mas dar visibilidade ao que é produzido com características únicas, que precisa de reconhecimento e valorização, não só de comercialização".