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Presidenta da Funai recebe documentos de lideranças indígenas durante a Rio+20
O documento final do Acampamento Terra Livre, que aconteceu na Cúpula dos Povos e reuniu cerca de 1.700 indígenas de todo país, foi entregue à presidenta da Funai, Marta Maria Azevedo, em reunião na última quinta-feira (21), no Riocentro, durante a Rio+20. O documento foi entregue por uma liderança do povo Kayapó, Raoni Metuktire, que esteve acompanhado de outras 14 lideranças indígenas e foi recebido também pelo ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, e pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.
A presidenta da Funai recebeu ainda, no Riocentro, pelas mãos de uma das lideranças do povo Xavante, Damião Paridzané, uma carta solicitando a implementação do plano de desintrusão da Terra Indígena Marãiwatsédé, no Mato Grosso, e a imediata ocupação integral do território pelo povo Xavante.
Na década de 1960, a TI Marãiwatsédé foi tomada do povo Xavante por empresa agropecuária e, posteriormente, petrolífera. Durante a Eco-92, os Xavante conseguiram o compromisso de ter a terra devolvida, porém, devido a invasão de grileiros e posseiros, nunca conseguiram voltar a ocupar totalmente seu território. Durante a Rio+20, a Funai divulgou a informação de que irá apresentar, dentro de um mês, o plano de desintrusão da TI Marãiwatsédé.
Atividades na Rio+20
Outra atividade da presidenta Marta Maria Azevedo foi a participação no evento paralelo promovido pelo governo australiano "Gestão de Terras indígenas e Águas", em que também participaram representantes dos governos da Noruega e Nova Zelândia, além da primeira-ministra, embaixador e ministra do Meio Ambiente da Austrália.
Marta falou sobre o papel da Funai, enquanto órgão do governo brasileiro responsável por promover e proteger os direitos dos povos indígenas, e apresentou a recém assinada Política Nacional de Gestão Territorial de Ambiental das Terras Indígenas (PNGATI) como exemplo de política pública elaborada com a participação efetiva dos povos indígenas. Destacou o processo de consultas públicas aos povos indígenas que durou quatro anos até a elaboração definitiva do documento.
A presidenta também visitou, em companhia do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, o acampamento indígena Kari-Oca 2, em Jacarepaguá/RJ, que reuniu cerca de 700 indígenas do Brasil e de países como Canadá, Estados Unidos, Peru, Colômbia, entre outros. Em documento, os participantes da Kari-OCA 2 reafirmaram o compromisso dos povos indígenas com a defesa de seus territórios e recursos naturais.