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Jovens Ticuna aprendem a usar o rádio como ferramenta de promoção de direitos humanos na comunidade de Umariaçu, em Tabatinga, Amazonas
Oficinas promovidas pelo Unicef e parceiros contam com o apoio da Funai
Desde o dia 18 de setembro, um grupo formado por 14 jovens Ticuna das comunidades de Umariaçu I e II, no município de Tabatinga (AM), começam a descobrir o rádio e a boca de ferro (alto-falantes muito usados pelos indígenas) como ferramentas de promoção e disseminação de direitos humanos.
O módulo de rádio e boca de ferro integra as oficinas de comunicação promovidas pelo Unicef e parceiros, incluindo a Rádio Nacional Alto Solimões, para 42 jovens das etnias Ticuna e Kokama da região do Alto Rio Solimões, no Estado do Amazonas. Participam estudantes das comunidades indígenas de Umariaçu I e II (Tabatinga), da comunidade de Nova Jordânia (São Paulo de Olivença) e de Filadélfia (Benjamin Constant).
"As oficinas estão sendo realizadas considerando a concepção da Comunicação para o Desenvolvimento, que reconhece os indivíduos como protagonistas de transformações sociais que promovem e defendem os direitos humanos, especialmente, das crianças, adolescentes e jovens, públicos mais vulneráveis", destaca a coordenadora do Programa de Sobrevivência & Desenvolvimento Infantil e HIV/aids do Unicef e responsável pelo Programa Conjunto de Segurança Alimentar e Nutricional de Mulheres e Crianças Indígenas (Pcsan) no Unicef, Cristina Albuquerque.
As oficinas seguem até o dia 13 de novembro de 2012, quando haverá a exposição de todas as peças de comunicação produzidas nos três municípios. Após essa data, os 42 jovens Ticuna e Kokama participantes das atividades atuarão como multiplicadores, compartilhando o que aprenderam com outros estudantes indígenas da rede municipal de educação.
A continuidade das oficinas será assegurada pelos parceiros locais do Unicef: prefeituras municipais de Tabatinga, Benjamin Constant e São Paulo de Olivença; Funai Alto Rio Solimões; Dsei Alto Rio Solimões; lideranças indígenas das três comunidades (Umariaçu I e II, Filadélfia e Colônia São Sebastião), Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Instituto Federal do Amazonas (Ifam), Rádio Nacional Alto Solimões, Organização Geral dos Professores Ticunas Bilíngues (OGPTB), Museu Maguta e Associação das Comunidades Indígenas Kokamas de São Paulo de Olivença (Acik/SPO).
As oficinas de comunicação são parte do Programa Conjunto de Segurança Alimentar e Nutricional de Mulheres e Crianças Indígenas (Pcsan) e, por essa razão, os estudantes estão trabalhando conteúdos relacionados aos direitos à alimentação adequada, à saúde, além dos direitos dos povos indígenas e Convenção nº 169 sobre Povos Indígenas e Tribais da OIT.
O Programa Conjunto tem sido realizado, desde 2010, por cinco organismos das Nações Unidas (FAO, OIT, Opas/OMS, Pnud e Unicef), em parceria com o Governo Brasileiro, representado pela Fundação Nacional do Índio (Funai); Ministério da Saúde (MS); Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e Agência Brasileira de Cooperação (ABC).
As ações do Pcsan são viabilizadas por financiamento do Fundo para o Alcance dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (MDG-F), criado com recursos do Governo da Espanha, além de contar com o apoio de instituições públicas, universidades, entidades da sociedade civil, lideranças e organizações indígenas envolvidas na implementação das atividades.
Fonte: Unicef/Brasil