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Funai participa de capacitação para delegados da PF
Delegados da Polícia Federal, policiais militares, agentes da Força Nacional e servidores da Fundação Nacional do Índio (Funai) recebem capacitação em Gerenciamento de Crises Envolvendo Comunidades Indígenas. O curso, promovido pela Academia da Polícia Federal, começou na segunda-feira, 12, em Brasília, e vai até o dia 23 deste mês.
Durante duas semanas, os 30 alunos inscritos terão aulas de indigenismo e políticas indigenistas, antropologia, primeiros socorros, GPS, gerenciamento de crises e direção operacional
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. O objetivo é “melhorar o entendimento da situação que esses profissionais vivenciam na ponta”, explica o delegado da Polícia Federal Antonio Carlos Moriel, organizador do curso.
Na palestra inaugural, o presidente Márcio Meira ofereceu aos alunos um panorama do indigenismo no Brasil, com ênfase para a política indigenista atual, e explicou o papel da Funai, a partir da Constituição de 1988, de coordenadora e articuladora das políticas públicas voltadas para os indígenas. Ele destacou o respeito aos direitos originários desses povos a suas terras tradicionais e o papel que desempenham na proteção do meio ambiente.
Meira ressaltou a importância da articulação entre Funai, Polícia Federal e demais forças policiais, inclusive de estados e municípios. “Não há como pensar uma política de proteção aos povos indígenas do Brasil sem a Polícia Federal. Também não podemos garantir essa proteção sem as outras forças, como o Ibama, a Força Nacional, a Polícia Militar, a Polícia Civil e até mesmo as Guardas Municipais”, disse, referindo-se à extensão das terras indígenas no Brasil, que correspondem a 12% do território nacional, com a maior diversidade étnica do mundo.
Segundo o delegado Moriel, “as duas instituições vêm estreitando relações nos últimos anos para estabelecer políticas, estratégias e ações em conjunto, cada uma com as experiências da sua área, buscando as melhores soluções possíveis para cada caso”.
Este é o segundo curso realizado com a participação da Funai. A ideia é que ele ocorra uma vez ao ano, trazendo delegados e policiais que atuam em regiões de tensão e potencialidade de conflitos.
Para o presidente da Funai, o resultado do primeiro curso já pode ser sentido. “O padrão de relacionamento mudou muito nos últimos anos. Já se percebe uma postura diferenciada na atuação em campo, com maior cooperação e compreensão do papel de cada um”.
Durante as aulas ministradas pela Funai no curso de Gerenciamento de Crises Envolvendo Comunidades Indígenas, os policiais vão aprender sobre procedimento de regularização fundiária de terras indígenas, política de proteção dos povos indígenas isolados, legislação indigenista básica, segurança pública em terras indígenas e política de proteção das terras indígenas. Também terão noções de antropologia, disciplina ministrada pela Universidade de Brasília (UnB).