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Funai prossegue com execução de projetos nas aldeias do Vale do Javari/AM
A Fundação Nacional do Índio, por meio da Coordenação Regional do Vale do Juruá, realiza, desde o dia 25 de outubro até o início de dezembro, a segunda etapa da programação anual de execução dos projetos de desenvolvimento sustentável para a região. A primeira equipe partiu de Atalaia do Norte/AM, no dia 25, para executar projetos em quatro aldeias Mayoruna do rio Jaquirana. A segunda equipe saiu no dia seguinte para atender a nove aldeias nos médios cursos dos rios Javari e Curuçá e no rio Pardo.
As aldeias Mayoruna do rio Jaquirana são: Cruzeirinho, Solis, Lobo e Trinta e Um. Nessas aldeias serão construídos, com a participação dos indígenas, seis galinheiros e três casas de farinhas. Até a aldeia Lobo são 920 km de viagem nos leitos dos rios, o que representa sete dias ininterruptos de navegação. A equipe, coordenada pelo chefe da Coordenação Técnica Local (CTL) Lobo, Waldecy Jastes, é formada por cinco pessoas, sendo dois servidores da Funai, um carpinteiro e dois indígenas Mayoruna.
As aldeias do Médio Javari são: Irari, Lago Tambaqui, Três José e São Luís. As do Curuçá: Maia, Fruta-pão, Flores e Volta Grande. Do rio Pardo: aldeia Nova Esperança. As etnias Mayoruna, Kanamary e Marubo serão antendidas nessa etapa com a construção de 11 galinheiros. Para isso, a equipe de seis pessoas, sendo três servidores da Funai, dois serradores/carpinteiros e um indígena, coordenada pelo chefe da CTL Curuçá, Manoel Barbosa, deve percorrer 700 km pelo leito dos rios.
Desenvolvimento sustentável - Os projetos que serão concluídos nesta programação foram elaborados em acordo com os indígenas da TI Vale do Javari nos anos de 2008 e 2009, contemplando as aldeias das etnias Marubo, Mayoruna, Matís, Kanamari e Kulina. A primeira etapa de viagens deste ano foi finalizada em abril, com os projetos de etnodesenvolvimento do rio Ituí. À época foram construídos galinheiros permaculturais, pocilgas, açudes, casas de farinha e local para beneficiamento de cana de açúcar.
Em 48 dias de trabalho, a equipe coordenada pelo então técnico da Funai Bruno Pereira, hoje Coordenador Regional do Vale do Juruá, percorreu 1.500 km, executando atividades programadas em 14 aldeias. Além das novas instalações, foram feitas complementações de projetos anteriores, como o reparo do galinheiro da aldeia Beija Flor, da etnia Matis, e a cerca de um açude para criação de quelônios, na aldeia Rio Novo, da etnia Marubo.
Na aldeia Beija Flor, da etnia Matis, a equipe beneficiou a madeira e reconstruiu os telhados de dois galinheiros permaculturais da comunidade. O telhado anterior foi reformado, pois havia ficado com o "pé direito" baixo, o que permitia a entrada de água da chuva e deteriorava as telas e a madeira. Em todos as construções, os telhados foram colocados posteriormente pelos indígenas, com palha.
De acordo com Bruno Pereira, a idéia de todos os projetos é ter a participação ativa dos indígenas. "Fazemos com eles o início e acompanhamos o desenvolvimento e finalização. No caso da aldeia Rio Novo, da etnia Marubo, beneficiamos a madeira, ensinamos a fixar os moirões e esticar a tela e eles finalizaram", explicou.
Na aldeia Boa Vista, da etnia Marubo, foram construídos dois galinheiros permaculturais e dois piquetes para pasto. As construções foram iniciadas e finalizadas com os indígenas, mas a comunidade da aldeia Praia, da mesma etnia, surpreendeu a equipe. Ao chegar à comunidade, o grupo se reuniu com as lideranças, que decidiram construir os galinheiros de outro modo. "Desenhamos o que eles queriam e dimensionamos a madeira a ser beneficiada", explicou Pereira. "Beneficiamos a madeira, ajudamos a projetar o galinheiro do modo que eles queriam e partimos para outra aldeia acima do rio. Em nosso retorno, e para nossa surpresa, o galinheiro já estava quase todo pronto, faltando apenas cobrir de palha. Surpreendeu-nos positivamente".
Nas aldeias Pentiaquinho e Paraguaçu, da etnia Marubo, houve beneficiamento de madeira e construção de módulo com dois galinheiros permaculturais, além de dois piquetes para pasto em cada aldeia.
Uma casa para engenho de cana de açúcar, de 6m x 4 m, e um cercado de açude para peixes e quelônios com perímetro de 230 m foram construídos na aldeia Alegria, da etnia Marubo. Também foi instalada uma engenhoca motorizada.
Na aldeia Vida Nova, da etnia Marubo, o processo de construção de um açude para criação de peixes foi iniciado, para finalização posterior, com a barragem do rio.
Na aldeia Carneiro da etnia Marubo, houve beneficiamento de madeira para construção de um chiqueiro para carneiros e um cercado de arame de 350 m de perímetro.
Uma oficina para utilização dos trados para retirada e armazenamento de óleo de copaíba foi realizada na aldeia Nazaré da etnia Marubo.
A aldeia Paulinho, da etnia Marubo, teve beneficiamento de madeira e construção de uma casa de farinha de 6 x 5m, com prensa e bancada.
Na aldeia Paraná, da etnia Marubo, foram construídas uma pocilga de 4,5 m x 2,5 m, com duas baias, e um cercado de 450 m de perímetro.
Uma pocilga de 4,5 m x 2,5 m, com dua