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Funai forma primeira turma de instrutores de brigada de incêndio
Cinco servidores da Fundação Nacional do Índio (Funai) tornaram-se instrutores de brigada de incêndios florestais. Essa é a primeira turma do órgão formada a partir de um acordo estabelecido no âmbito do Centro Integrado Multiagências Nacional (Ciman), que monitora os focos de incêndio nas áreas de proteção federal, como Unidades de Conservação (UCs), municípios críticos e Terras Indígenas. O Ciman é composto por vários órgãos federais, entre eles a Funai, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Ministério Integração Nacional.
Os instrutores da Funai receberam ontem, 21, a informação de que os cinco foram aprovados no Curso de Formação de Instrutores de Brigada de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais, realizado na Academia Nacional da Biodiversidade, do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (Acadebio/ICMBio). A notícia foi recebida durante reunião ordinária do Ciman, realizada no Ministério da Integração Nacional.
De acordo com o coordenador de Emergências Ambientais do ICMBio, Christian Berlink, a parceria com a Funai para essa formação se dá em virtude de ações no combate efetivo ao fogo em UCs limítrofes a Terras Indígenas. "Capacitando esses instrutores da Funai, eles nos ajudarão na interlocução com os índios, ensinando-os a fazer queima controlada e aceiros, por exemplo, evitando com isso incêndios de grandes proporções", frisou.
Além dos alunos da Fundação Nacional do Índio, o curso realizado de 4 a 16 de julho, em Iperó (SP), formou instrutores do próprio ICMBio, do Ibama e do Corpo de Bombeiros de Goiás. O objetivo foi torná-los aptos para ministrar uma série de conteúdos a novos brigadistas a serem formados nas próximas turmas, previstas para começar a partir de agosto.
Diógenes Lacerda é um dos instrutores formados por essa turma. Para ele, o curso possibilitou o conhecimento que a Funai estava precisando quanto à prevenção e ao combate do fogo. "Mostrou como podemos orientar os índios no que diz respeito à queima de restos de produção agrícola, sem risco de a queima se transformar em incêndio", exemplificou.
Segundo Lacerda, o objetivo da Fundação é formar brigadas indígenas voluntárias, em parceria com o ICMBio e o Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo/Ibama). Os futuros brigadistas deverão ser conscientizados dos perigos do fogo, seus níveis de gravidade e ser capacitados para controlar queimadas em suas terras.
"Com o primeiro combate, quando ainda está no nível um, é possível evitar a propagação (do fogo), e isso a brigada será capaz de fazer", avalia o instrutor. Quando o incêndio atinge o nível dois, o estado passa a se responsabilizar pela sua debelação. No nível três, a responsabilidade é federal.
Os cinco instrutores da Funai (foto, da esquerda para a direita) são: Diógenes Lacerda, da Funai/Brasília; Conceição Costa, da Coordenação Regional (CR) de Palmas (TO); Maristela Aparecida Corrêa, da CR de Juína (MT); André Matsubara, da Coordenação Regional (CR) de Palmas (TO); e Antônio Achel, da CR Sul da Bahia (BA). Eles foram escolhidos por estarem em áreas próximas ou sobrepostas a Unidades de Conservação (UC).
Brigadas indígenas - Os novos instrutores da Funai estão programando uma série de palestras de conscientização sobre prevenção a incêndios em Terras Indígenas. Em agosto está prevista a primeira capacitação de brigada indígena voluntária com os instrutores da Funai, em conjunto com instrutores do Previfogo. A formação será em Terra Indígena atendida pela Coordenação Regional de Marabá (AM)/Funai.
Causas de incêndios – De acordo com informações do ICMBio, as principais causas de incêndios florestais são humanas, seja por negligência ou intencional como, por exemplo, a queima de lixo, de paras vegetais para fins agropastoris e fogueiras não apagadas; e também as causas naturais, como a queda de raios.