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Dilma recebe presente de indígenas Asurini, em Ouro Preto
Cinco indígenas Asurini, vindos da Terra Indígena Koatinemo, próximo a Altamira/PA, vivenciaram um momento único de suas histórias: um encontro com a presidenta Dilma Rousseff. Myra e Kwai (mãe e filho) e o casal Takamuin e Tewu, com o pequeno Murupa'Ara ainda no colo, estiveram em Ouro Preto para o encerramento da exposição "Ritual da Imagem: Arte Asurini do Xingu", no último domingo (24). Não puderam deixar de assistir à cerimônia de entrega da Medalha da Inconfidência, promovida na Praça Tiradentes, no dia 21, com a presença da presidenta.
Ao final da solenidade, o grupo Asurini, em companhia do presidente da Funai, Márcio Meira, e do coordenador regional da Funai em Altamira, Fábio Ribeiro, encontraram-se com a presidenta e o governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia, presenteando-os com catálogos e série de pôsteres com fotos da etnia e detalhes dos objetos expostos, valorizando-se a cerâmica e o grafismo Asurini. A semana que antecedeu o encerramento da exposição foi marcada pela presença do grupo, que comercializou artesanato típico e ministrou oficinas de arte corporal a dezenas de estudantes que visitaram o anexo do Museu da Inconfidência.
Ritual da Imagem
A exposição é parte de uma ação cujo foco é a valorização do artesanato indígena, por meio de ações que contribuam para transformações nas relações de comércio com a sociedade brasileira, com alternativas adequadas de sustentabilidade econômica. Os Asurini, cerca de 150 pessoas, falantes da língua Asurini, da família linguística Tupi-guarani, estão localizados próximo à cidade de Altamira, no estado do Pará. Comercializam objetos da sua cultura material, destacando-se as peças da arte cerâmica, que os distinguem fortemente dos outros povos indígenas brasileiros, por sua elaborada decoração geométrica e acabamento em verniz vegetal.
O Museu do Índio, da Fundação Nacional do Índio, registra o conhecimento produzido pelos povos indígenas no Brasil, de natureza material e imaterial, preservando e disponibilizando os acervos sob sua guarda.
Entre os Asurini, a transmissão do saber cultural é realizada, dentre outras maneiras, a partir da confecção e decoração da cultura material. Produzir objetos cerâmicos significa reafirmar a sua visão de mundo e pensar a si próprio, contribuindo para a construção e manutenção de identidade e alteridade. A comercialização, de modo adequado à reafirmação dos princípios organizacionais e à autonomia dos Asurini, segue a forma da auto-gestão, bem como a valorização dos padrões tradicionais da tecnologia cerâmica e da arte gráfica. Após também a transmissão dos saberes entre as gerações, promovendo valor ambiental e cultural através da documentação etnográfica, para uso interno (educação) e externo (venda e difusão).