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Comunidades indígenas do sul e sudeste ganham curso de licenciatura
Cento e vinte calouros das etnias guarani, caingangue e xoclengue, oriundos de territórios de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo e Espírito Santo acabam de ser recebidos na Universidade Federal de Santa Catarina — até então, o Sul e o Sudeste eram as duas regiões do País sem cursos de licenciatura específicos para povos indígenas. Atualmente, três mil professores indígenas estão em formação em 21 instituições públicas de educação superior no Brasil.
A maior parte desses calouros já ministra aulas nas comunidades. Há 12 mil professores indígenas em todo País, desses, três mil em formação e outros dois mil já formados. A formação específica prevê avanços, como a alfabetização bilíngue — inicialmente, no idioma indígena e depois, em português.
A criação dos cursos específicos é uma das diretrizes do Programa de Formação Superior e Licenciatura Indígena (Prolind) do Ministério da Educação. O curso dura quatro anos e o custo individual por aluno é de R$ 4 mil ao ano. A meta é formar sete mil professores nos próximos seis anos.
Pelo Prolind, as universidades oferecem a infra-estrutura e ao MEC cabe garantir o acesso dos estudantes às salas de aula, além das acomodações. Outro benefício direto é a produção de material didático pelos próprios indígenas. Já foram publicados 88 títulos e outros 85 estão prontos para a impressão. A formação ocorre em períodos alternados. Os indígenas vão à universidade para o período letivo e retornam às comunidades, onde realizam estudos orientados, estágios e projetos de pesquisa, entre outras atividades.