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Curso gratuito promove inclusão digital para povos indígenas
Estão abertas as inscrições para o curso de inclusão digital, promovido pelo Comitê Intertribal Memória e Ciência Indígena – ITC, em parceria com a Fundação Banco do Brasil. O curso é aberto à comunidade indígena e visa promover o conhecimento da tecnologia, oferecendo aos estudantes mais condições de ingresso no mercado de trabalho e melhores oportunidades de formação educacional. O objetivo do curso é oferecer atividades para os indígenas que moram ou vem à Brasília, e capacita-lós para ajudar no desenvolvimento das suas aldeias. Segundo o IBGE, passam pelo DF cerca de 8 mil índios por ano. "A idéia é dar essa grande oportunidade aos indígenas de conhecer as ferramentas da informática" comenta Tânia Primo, Coordenadora do projeto no Memorial dos Povos Indígenas.
As aulas acontecem duas vezes por semana na Estação Digital Mário Juruna, que fica no Memorial dos Povos Indígenas. As turmas podem ter até 20 alunos e a inscrição é gratuita. O curso conta hoje com estudantes das etnias Fulni-ô, Xavante, Kamayurá, Apurinã, entre outras, que tem a chance de obter novos conhecimentos através da informática. "Na minha aldeia tem computador e internet, mas são poucos que sabem usar, agora tenho a oportunidade de aprender e passar para eles" informa Danilo Marcos, 17, da etnia Fulni-ô.
Para Samira Tsibodowapré, presidente do ITC, essa é uma grande oportunidade que os jovens indígenas tem, já que um curso semelhante tem alto custo. "Serve para conhecer uma nova realidade que não existe na maioria das aldeias, além da troca de experiência com os brancos, já que na cidade existem chances para o mercado de trabalho", diz Samira. A importância dos novos conhecimentos tecnológicos fascina também Nilo Kuikuro, que está em Brasília por passagem e resolveu fazer o curso. "Não sabia muita coisa, agora estou aprendendo várias ferramentas que podem me ajudar no mercado de trabalho" e complementa "Vou voltar para aldeia, somente quando terminar o curso".
O projeto promove a oportunidade do primeiro emprego para jovens da rede pública, que recebem um curso de capacitação para ministrar as aulas e ajudar na troca de experiências com a comunidade indígena, visando o contado com as novas tecnologias e softwares livres. "Não estou aqui somente para ensinar, quero aprender com eles" diz Davi Mendes, um dos voluntários do projeto.
O curso tem duração de 8 encontros, duas vezes por semana com duração de 4 horas de aula. Ao final do período os estudantes recebem um certificado e os trabalhos desenvolvidos durante as aulas. Quem tiver interesse em participar pode entrar em contato com o Memorial dos Povos Indígenas, de segunda a sexta-feira, das 10 às 17 horas, ou pelo telefone 3342 1156.