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Seminário Nacional de Juventude indígena: balanço
O Seminário Nacional de Juventude Indígena acabou, porém ficou registrado nos autos do evento a forma irreverente, espontânea e questionadora em que esses jovens abordam os diversos assuntos, problemas e soluções para suas respectivas comunidades. Foram seis dias de Seminários com palestras, debates e oficinas. O resultado? Jovem consciente, adulto responsável. Estiveram presentes representantes da Fundação Nacional do Índio (Funai) e da Secretaria Nacional de Juventude (Conjuv).
Nos debates foi possível observar o tratamento diferenciado de cada cultura em relação à sexualidade, territorialidade, educação e comportamento. Foi tratado ainda os programas governamentais em prol da prevenção de doenças sexualmente transmissíveis.
Quanto ao registro civil, foi ressaltado que o nome do indígena seja originário do seu povo, e os jovens foram aconselhados que não aceitem negação dos cartórios quanto ao nome escolhido pelos pais ou membros das comunidades. Perly Cipriano, advogado da secretaria especial de direitos humanos, listou alguns pontos necessários para a afirmação e reafirmação dos povos. "É preciso recuperar a língua materna e conseguir meios para resgatar a língua daqueles que perderam; é preciso ampliar os contatos dos povos indígenas, para uma troca de experiência e conhecimentos", acredita.
Reunidos em uma grande roda, povos de várias regiões do Brasil juntaram suas vozes para cantar e, acima de tudo, reivindicar um espaço cada vez maior na construção de políticas públicas para a juventude. Elegeram também os jovens indígenas para a Subcomissão de Gênero, Infância e Juventude da Comissão Nacional de Política Indigenista (CNPI) e um titular para o Conselho Nacional da Juventude (Conjuv). Os eleitos foram: Anderson Suruí/RO, titular para a CNPI, Marcio Kokoj, como suplente, e Dnamam Tuxá/BA , como titular para o Conselho Nacional da Juventude – Conjuv.
Pouco antes da votação para os representantes da CNPI e Conjuv, Alex Nazaré, representante da Conjuv, lembrou aos jovens que, o escolhido deveria falar não só por sua etnia, mas por toda a juventude indígena. Felizmente, a união dos jovens não é problema. Desde o início do Seminário eles mostraram que, juntos, vieram para fazer história.
A cada dia, após a apresentação dos palestrantes, os jovens assumiam o microfone e mostravam o quanto estão empenhados em disputar os espaços de poder e de participação política. No fim, os jovens reuniram-se e decidiram criar uma Comissão Nacional da Juventude Indígena para articular e efetivar a participação da juventude indígena no conselho; Mobilizar a participação da juventude nos conselhos estaduais e municipais; e fortalecer e efetivar a participação da juventude indígena nos processos políticos especifica para a juventude indígena. Estas foram algumas das propostas discutidas e aprovadas.
A Comissão conta com 15 membros titulares e 15 suplentes escolhidos de acordo com a região. São eles: Centro-oeste: Tsitsina Xavante (MT) – titular; João Gilberto Tsi Tsimi'udö (MT) – suplente; Geovani Kezokenaece (MT) – Titular Elenildo Kayabi (MT) – suplente; João Terena (MS) – titular; Moraes César Rikbaktsa (MT) – suplente;
Sul: Tancredo Teie Xokleng (SC) – titular; Marcio Kokoj Kaingang (PR) – suplente; Sandro Glória Guarani (SC) – titular; Vaga aberta para povo Xetá;
Amazônia: Cristo Benison Tukano (AM) – titular; Ednéia Arapaso (AM) – suplente; Ivanilda Munduruku (PA) – titular; Roseni Munduruku (PA) – suplente; Giovana Macuxi (RR) – titular; Silivan Apinajé (TO) – suplente; Narúbia Karajá (TO) – titular; Lidia Krikati (MA) – suplente; Marcos Cinta Larga (RO) – titular; Leandro Mura (AM) – suplente;
Nordeste: Josiane Tupinikim (ES) – titular; Pedro Pataxó (BA) – suplente; Leandro Wassu Cocal (AL) – titular; Cristiane Pankararu (PE) – suplente; Jadson Potiguara (PB) – titular; Juliana Potiguara (CE) – suplente;
Sudeste: Athaid Guarani (SP) – titular; Vago; Priscila dos Santos Kaingang (SP) – titular; Cauê Sebastião Terena (SP) – suplente.