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Operação Caapora fecha 22 serrarias no nordeste do Pará
Deflagrada em 6 de abril, a Operação Caapora, ação de combate a crimes ambientais no entorno na Terra Indígena (TI) Alto Rio Guamá, apreendeu R$7 milhões em madeira ilegal e encerrou as atividades de 22 serrarias, nos municípios de Nova Esperança do Piriá, Viseu e Cachoeira do Piriá, nordeste do Estado do Pará. Coordenada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), a megaoperação envolveu mais de cem agentes de diversos órgãos, como Funai, Força Nacional de Segurança, Polícia Rodoviária Federal (PRF), Batalhão de Polícia Ambiental e Secretaria de Estado e Meio Ambiente do Pará (SEMA).
Durante a ação foram destruídos 200 fornos de carvão e a madeira ilegal é suficiente para encher 400 caminhões. A expectativa é de que, no total, a ação dure 30 dias. A Terra Alto Rio Guamá será vasculhada e os maquinários das serrarias levados embora ou inutilizados. Parte da madeira apreendida será doada para a construção de casas populares e um montante será leiloado para aplicação em projetos sustentáveis em benefício das comunidades indígenas. Além do corte ilegal de madeira, os agentes da Caapora localizaram plantações de maconha no interior da terra indígena, em área invadida da TI dominada por posseiros.
Em sobrevôo pela região, técnicos da Funai, observaram que ao menos duas serrarias estavam localizadas a aproximadamente mil metros do limite da TI. Os agentes relatam que a madeira é retirada da terra indígena. Com esta ação, a Funai espera interromper o fluxo de madeira retirada ilegalmente da terra indígena. Ainda em incursões, os agentes da Caapora deverão mapear as estradas clandestinas na terra indígena, contribuindo para o monitoramento das atividades ilegais na área.
O administrador da Funai em Belém/PA, Juscelino Bessa, diz que não é a primeira vez que se realiza uma ação de combate ao desmatamento na TI Alto Rio Guamá. Contudo, "pelo porte da Operação Caapora, o impacto e os resultados foram muito maiores", afirma o administrador. Bessa ressaltou a importância de planejar novas incursões durante o período da estiagem, época em que há uma aumento da atividade madeireira na região. "Também é fundamental conciliar a perspectiva de geração de renda com a preservação do meio ambiente", concluiu.
O território da TI Alto Rio Guamá foi homologado pela Presidência da República em outubro de 1993. Na área de 279 mil hectares vivem 1.400 indígenas das etnias Tembé, Timbira, Urubu-Kaapor e Guajajara.