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Curso gratuito de Licenciatura Indígena leva Kaingang à Universidade
Sessenta indígenas da etnia Kaingang iniciaram, no sábado (01/08), o curso de Licenciatura Indígena, oferecido, gratuitamente, pela Universidade Comunitária da Região de Chapecó (Unochapecó). O curso, que tem a finalidade de formar professores de escolas indígenas, com o título de licenciados, agrega o ensino ao respeito pelos costumes e ensinamentos indígenas.
A duração será de cinco anos, sendo que, nos dois primeiros, as disciplinas de filosofia, sociologia, psicologia, saberes Kaingang e cultura Kaingang serão base. A partir do terceiro ano os alunos poderão optar por quatro áreas: ciências humanas e sociais, matemática e ciências da natureza, pedagogia e artes, literatura e línguas.
As aulas serão ministradas às sextas-feiras e sábados, nas dependências da Escola Cacique Vaiñkrê, localizada na Terra Indígena Xapecó, situada no Município de Ipuaçu, oeste do estado. O curso vai atender às comunidades das terras indígenas Xapecó, Toldo Chimbangue, Kondá, Toldo Pinhal e Toldo Imbu, situadas nos municípios de Ipuaçu, Entre Rios, Chapecó e Seara.
Os 60 alunos que iniciaram o curso de Licenciatura Indígena prestaram vestibular no dia 22 de julho. Ao todo 96 indígenas se inscreveram. O projeto é uma parceria entre o governo do Estado e a Unochapecó. Por isso, os alunos não terão custos com a graduação, já que o curso é uma solicitação da Secretaria da Educação, que repassará bolsas de estudos, em observância ao Artigo 171 da Constituição Estadual. Dessa forma, os valores investidos pela universidade, para manutenção do curso, serão repassados pelo governo catarinense, em forma de convênios anuais, durante o período de cinco anos, tempo em que os alunos concluirão a graduação.
Segundo o coordenador do projeto, professor Leonel Piovezana, as aulas, dentro da terra indígena, mantém os alunos mais próximos da comunidade. "Antes eles tinham muita dificuldade em sair de suas aldeias, para ir à cidade. Esse fato fez com que muitos iniciassem as aulas e desistissem no meio da jornada. "Agora eles, além de não precisarem mais sair da sua terra, podem usufruir de salas de aula bem equipadas, que contam até com laboratórios". A meta é ver os 60 indígenas formados, ressaltou Piovezana.