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Adolescentes constroem agenda de compromissos para 2010
A semana de 22 à 28 de novembro será de ação para os aproximadamente 150 jovens que estarão reunidos, em Brasília, durante o Seminário Nacional de Juventude Indígena. O objetivo é a construção de uma agenda de compromissos.
Serão organizados debates, grupos de trabalho, oficinas, palestras, e reflexões que irão definir as prioridades da juventude indígena para 2010. Temas como a convivência familiar e comunitária, sexualidade, afirmação de direitos, esporte e educação e organizações indígenas serão tratados durante o encontro. Os jovens irão, ainda, eleger um representante indígena para a Sub-comissão de Gênero, Infância e Juventude da Comissão Nacional de Política Indigenista e outro para o Conselho Nacional da Juventude.
Esse trabalho vem sendo coordenado desde 2004 pela Coordenação Geral de Educação da Funai. "Para chegar à esse etapa nacional, foram organizados 88 encontros locais de adolescentes, com o propósito de levantar as demandas e divulgar as políticas públicas existentes para a juventude indígena e suas comunidades", destacou Helena De Biase, coordenadora das ações da juventude.
Um evento marcante foi o I Encontro Internacional de Jovens Indígenas de Fronteira, que contou com a participação de representantes do Brasil, do Peru e da Colômbia, que Reuniu em Tabatinga/AM, no ano de 2005, indígenas das etnias Tikuna, Mayuruna, Matis, Marubo, Kambeba, Wytoto, Kanamari e Kulina, com o objetivo principal de promover o intercâmbio entre os povos e elaborar uma política solidária de fronteira.
Todos os encontro regionais contaram com a participação dos anciões, que se reuniam e explicavam aos jovens como viveram seus antepassados e como eram realizados os rituais. Em Tabatinga, o ancião Pedro Inácio Tikuna lembrou que eles viviam nus e respeitavam as tradições, "hoje, vocês vêm para cidade e aprendem muitas coisas com os não-índios. Antigamente, na nossa cultura, era proibido namorar e não havia uso de álcool por nenhum de nós", relembrou.
Essas etapas locais encerram um ciclo de trabalho, que contou com mais de 8.500 indígenas, e foram elaborados vários levantamentos para apontar problemas vivenciados por jovens indígenas em situação de risco social. Esses resultados colaboram na construção de políticas publicas para a juventude indígena.