Raul Fernandes
Raul Fernandes
Nascido em Valença (RJ), diplomou-se pela Faculdade de Direito de São Paulo (1898). Junto com um irmão, abriu banca de advocacia em Barra do Piraí (RJ), tornando-se conhecido nos círculos políticos locais. Eleito vereador à Câmara Municipal de Vassouras, exerceu seu mandato de 1901 a 1906. Paralelamente elegera-se (1903) para ocupar uma cadeira na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, para onde se mudou após a morte do irmão, assumindo o cargo de promotor até 1934. A partir de 1909, como deputado federal, cumpriu três legislaturas. Com o fim da Primeira Guerra Mundial, foi nomeado delegado plenipotenciário à Conferência de Paz de Versalhes e representou o Brasil na Comissão de Reparações da Liga das Nações (1919-1920). Como delegado brasileiro, participou das assembleias do mesmo órgão, em Genebra (1919, 1920, 1921, 1924 e 1925). Eleito novamente para a Câmara Federal (1921) e, um ano depois, para a presidência do Estado do Rio de Janeiro não pode, no entanto, tomar posse, devido à intervenção federal no estado. Nomeado consultor jurídico do Tribunal de Justiça Internacional de Haia (1926), no mesmo ano seria indicado para a embaixada brasileira em Bruxelas e, em 1928 chefiava a delegação brasileira à VI Conferência Pan-Americana, em Havana. Com a instalação do governo Provisório de Getúlio Vargas, tornou-se consultor-geral da República, exercendo o cargo ao longo de 1932. No ano seguinte, seria deputado à Constituinte pelo Estado do Rio de Janeiro, pelo Partido Popular Radical (PPR). Promulgada a Constituição (1934) decidiu concorrer novamente a uma cadeira na Câmara, sendo mais uma vez eleito. Após vários anos de oposição ao regime do Estado Novo, assumiu a presidência da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em 1944 e no ano seguinte ajudou a fundar a União Democrática Nacional (UDN). O presidente Dutra o convidou para dirigir o Ministério das Relações Exteriores (1946). Chefiou a delegação brasileira (1948) à IX Conferência Pan-Americana em Bogotá, quando se criou a Organização dos Estados Americanos (OEA). Deixou o Ministério no final do governo Dutra (1951). Com a morte de Vargas (1954) ocupou de novo o cargo de ministro das Relações Exteriores, durante a gestão de João Café Filho. Presidiu a Comissão Jurídica Interamericana (1958-1968).