Afrânio de Melo Franco
Afrânio de Melo Franco
Nascido em Paracatu (MG), estudou no Colégio da Conceição, em São João Del Rei, e no Colégio Abílio, em Barbacena. Quando ingressou na Faculdade de Direito de São Paulo (1887), aderiu imediatamente à causa republicana. Antes de completar a Faculdade exerceu interinamente o cargo de promotor em Ouro Preto, formando-se em 1891. Secretário da legação brasileira em Montevidéu (1896), no ano seguinte exerceu a mesma função em Bruxelas. Iniciou a carreira política em 1903, primeiro como deputado estadual por Minas Gerais e, a partir de 1906, como deputado federal por oito mandatos consecutivos, tendo também participado da Comissão de Diplomacia e Tratados da Câmara. Com a entrada do Brasil na Primeira Guerra Mundial (1917), na qualidade de membro da Comissão de Diplomacia, foi redator da Lei de Guerra, solicitada por Venceslau Brás ao Congresso. Em 1919, representou o Brasil na I Conferência Internacional do Trabalho, promovida pela Liga das Nações. Em 1923, era chefe da delegação brasileira à V Conferência Pan-Americana, em Santiago. Ocupou o cargo de embaixador permanente do Brasil junto à Liga (1924-1926). Após a Revolução de 1930, tornou-se o primeiro ministro das Relações Exteriores do Governo Provisório de Getúlio Vargas. Durante sua gestão, foram assinados 31 acordos comerciais. Sua ação como mediador no conflito de Letícia (1933) entre Colômbia e Peru, lhe valeu uma indicação ao Prêmio Nobel da Paz, apoiado pelo Brasil e mais treze países. Em dezembro de 1933, pediu demissão do Itamaraty. Cinco anos depois, Vargas o designou presidente da delegação brasileira à VIII Conferência Pan-Americana, em Lima. No final de 1939, o ministro das Relações Exteriores, Oswaldo Aranha, o nomeou representante brasileiro na Comissão Interamericana de Neutralidade, na qual assumiu a presidência, que manteve até 1942, quando ela se transformou na Comissão Jurídica Interamericana. Foi membro da Academia Nacional de História e do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.