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Discurso do Presidente da República, Jair Bolsonaro, na formatura do Instituto Rio Branco
Discurso do presidente da República, Jair Bolsonaro, durante cerimônia de formatura do Instituto Rio Branco - Brasília, 3 de maio de 2019*
Prezado Ernesto que, em linguagem de libras com o meu, com o nosso comandante da Marinha, nos avisou que não vai faltar água no mar. Não é porque ele perderia o emprego dele, não, mas é sinal que juntos todos aqui vamos lutar pelo nosso querido Brasil.
Prezado vice-presidente, Antônio Hamilton Martins Mourão, meu amigo e contemporâneo da Academia Militar das Agulhas Negras,
Prezado embaixador Ernesto Araújo, vamos sim, mudar juntos o destino do nosso Brasil. Quando os senhores falham entram nós, das Forças Armadas. E confesso que torcemos, e muito, para não entrarmos em campo.
Chefes de missões diplomáticas acreditados junto ao meu governo,
Senador Nelsinho Trad,
Deputado Eduardo Bolsonaro. Tem um dom aqui para o Itamaraty e um carinho todo especial, sem querer substituí-los, obviamente.
Embaixador Otávio Brandelli,
Embaixadora Eugênia Barthelmess,
Embaixadora Gisela Padovan,
Secretária Sarah Cruz Ferraz, oradora da turma, por meio de quem cumprimento todos os formandos do Instituto Rio Branco e familiares.
E também, com toda certeza, inspirado nesse nome ímpar da patrona, o meu ministro, o nosso ministro chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, em contato com nosso ministro da Economia Paulo Guedes, informou que manterá o concurso dos senhores no corrente e nos demais anos. É uma prova de reconhecimento do trabalho de todos os senhores e senhoras.
O nosso campo, eu como militar, e o dos senhores é quase que o oposto, mas dentro de uma nação são complementares.
Disse aqui ao Ernesto a questão da Venezuela, e aproveito o momento, um momento ímpar de ser ouvido pela nossa querida, estimada e necessária imprensa que, além da Venezuela, a preocupação de todos nós deve voltar-se um pouco mais ao sul agora, na Argentina, por quem poderá voltar a comandar aquele país. Não queremos, eu acho que o mundo todo não quer uma outra Venezuela mais ao sul do nosso continente.
Mas, senhores e senhoras, neste dia tão especial para os formandos do Instituto Rio Branco e para seus familiares, quero discorrer sobre o momento também muito especial que vivemos hoje no Brasil. Todos sabem, temos um novo projeto de nação. Esse projeto foi escolhido pelos brasileiros nas urnas, com a escolha de uma plataforma que o povo identificou como sua. É um projeto de um Brasil grande, soberano e próspero, fiel aos valores e aos anseios do seu povo.
Quero que vocês saibam que a política externa conduzida pelo Itamaraty e capitaneada pelo ministro Ernesto Araújo será essencial para os sucessos desse projeto. É para essa tarefa que os formandos do Instituto Rio Branco são hoje convocados: a de dar voz ao nosso povo, defender nossos valores e elevar o Brasil ao patamar de grandeza e prosperidade que está destinado.
Essa é a diretriz que passo a vocês: trabalhem por um Brasil aberto aos grandes fluxos econômicos, um Brasil capaz de conectar-se aos grandes centros tecnológicos, de atrair investimentos e de abrir mercados.
Trabalhem para defender a democracia e a liberdade em nossa região e no mundo, pois somente sob o império da lei, num ambiente de liberdade, poderemos prosperar e crescer. O Brasil pode fazer uma diferença. A voz do povo e a voz de cada um de vocês, diplomatas brasileiros, podem ser decisivos. Inovem, mostrem iniciativa e apliquem o melhor de suas vidas no serviço à nossa nação e ao nosso povo. Busquem compreender o Brasil e defendê-lo. Não permitam que o nosso país seja definido de fora com base em conceitos e interesses alheios. Busquem compreender o mundo e trabalhem para que o Brasil ocupe o melhor lugar possível dentro do concerto das nações. Estudem as correntes de comércio e como aumentá-las, mas estudem também as correntes de pensamento.
O mundo é o grande fluxo de bens e mercadorias, mas também é cada vez mais um grande fluxo de ideias. E, no final das contas, são essas ideias que determinarão a estrutura do poder político e econômico no futuro. Tenham humildade de reconhecer nossas limitações e problemas, mas ousadia para trabalhar para superá-las. Jamais deixem que os sonhos que os trouxeram até aqui sejam desfeitos e acreditem que vocês podem, sim, fazer a diferença. Pensem no exemplo da patrona de sua turma, Aracy Guimarães, que foi além do seu dever burocrático e assumiu o seu dever moral, salvando centenas de judeus da morte no holocausto, movida pelos seus valores profundos e não por regras abstratas.
Aracy mostrou que aqueles que fazem a política externa precisam olhar o ser humano em sua realidade concreta, portanto, olhem para a realidade e aceitem o melhor conselho que eu posso lhes dar: escutem o nosso povo, aprendam com ele e levem a sua voz aos quatro cantos do mundo.
Nosso projeto é o de construir uma nação mais vigorosa na qual a sociedade, e não o Estado, seja a grande protagonista.
Conto com todos vocês para juntos trabalharmos nesse projeto de um novo e grande Brasil.
Meus parabéns a todos e muito obrigado.
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* Fonte: Ministério das Relações Exteriores