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Alocução do Ministro Ernesto Araújo na mesa-redonda “Perspectivas do cenário macroeconômico e do ambiente de negócios no Brasil”
Alocução do Ministro das Relações Exteriores, Embaixador Ernesto Araújo, na mesa-redonda “Perspectivas do cenário macroeconômico e do ambiente de negócios no Brasil”, em Doha (28/10/2019)*
Senhor Presidente da República, Jair Bolsonaro;
Senhor Ministro Al Kuwari, do Catar;
Senhores Ministros e autoridades do governo brasileiro;
Senhores Ministros e autoridades do Catar;
Empresários, senhoras e senhores,
O Brasil que o Presidente Bolsonaro e sua equipe trás aqui a Catar é, sem dúvida nenhuma, um novo país, um novo projeto de país. É um país que está finalmente aberto ao investimento estrangeiro e à inovação, um país que abandona as amarras de uma economia que, até pouco tempo atrás, sofria de um excesso de burocracia, de um excesso de controle estatal e de intervenção estatal. Esse novo Brasil é um Brasil que promove reformas nesse sistema, rumo a uma economia aberta e competitiva; reformas, que os senhores certamente acompanham, no sistema de pensões; em breve, tributárias e outras áreas fundamentais das reformas estruturais.
Nós estamos plenamente conscientes de que essa mudança tão ambiciosa só pode ser atingida mediante uma inserção competitiva nas cadeias globais de valor, que são uma das pedras angulares do nosso projeto. Não simplesmente um projeto de reformas internas, mas um projeto de uma nova inserção internacional. Essas duas coisas vão necessariamente juntas. E, para isso, queremos aprofundar as parcerias com nossos parceiros internacionais, que contribuirão decisivamente para esse projeto. Queremos trocar experiências em áreas fundamentais para as boas políticas, a boa governança e a atração de investimentos.
Eu estou certo de que a parceria entre o Brasil e o Catar tem esse potencial. O salto de desenvolvimento feito pelo Catar nas últimas décadas é notável. E o Brasil, por sua vez, também está começando no caminho da construção de uma economia aberta e competitiva, uma economia moderna. E nós não voltaremos atrás. Esse compromisso, que é um compromisso de toda a equipe de governo, sob a liderança do Presidente Jair Bolsonaro, é um compromisso que nós reafirmamos aqui.
Se outros países da nossa região, da América do Sul, querem voltar atrás no tempo, nós não voltaremos. Parece que alguns países pensam que, bom, se dessa vez nós tivermos mais controle estatal, mais burocracia, mais fechamento comercial, quem sabe dessa vez vai dar certo. Alguns parecem que pensam que o problema foi que no passado não se tentou suficientemente o modelo estatista e o modelo de fechamento.
E o Brasil não cairá nessa armadilha. O Brasil continuará no caminho das reformas. E para isso nós precisamos dos investidores, precisamos de seus recursos financeiros, mas também, igualmente, da sua expertise e da sua colaboração para identificar as dificuldades que ainda temos e que precisamos superar. Nós estamos trabalhando nisso.
Este não é um governo para deixar as coisas pela metade. O Brasil, por muito tempo, foi um país que deixou as coisas pela metade, deixou as coisas para depois. Nós não faremos mais isso, porque não é isso que o povo brasileiro nos pede. Nós estamos trabalhando em todos os níveis: estamos trabalhando no nível macro, fechando grandes acordos comerciais, trabalhando para o ingresso do Brasil na OCDE, trabalhando nas reformas, que eu já mencionei; mas nós precisamos também trabalhar no nível micro, no nível da operação econômica, no nível dos problemas e desafios diários do investimento e do comércio. Para isso, nós precisamos da parceria com os senhores aqui do Catar.
Nós consideramos que é fundamental atrair investimentos para projetos de infraestrutura, muito especialmente dentro do quadro do Programa de Parcerias de Investimento, o PPI. Os senhores ouvirão muito mais sobre isso agora nas próximas apresentações. Queria apenas dizer que nós estamos trabalhando em uníssono em torno desse projeto, sob a liderança da Casa Civil, o Ministro da Casa Civil aqui ao meu lado, Onyx Lorenzoni, e sua equipe do PPI, mas também no Ministério das Relações Exteriores, em conjunto com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), e todas as outras áreas do governo envolvidas.
Gostaria de rapidamente enfatizar três outras áreas, além da infraestrutura, só para dar uma ideia da amplitude das oportunidades. As parcerias em defesa, extremamente promissoras já há alguns anos, e cada vez mais; parcerias que não estão limitadas apenas à troca de comércio de produtos de defesa, mas que envolvem, também, outros aspectos de cooperação de longo prazo. Em segundo lugar, todas as parcerias em ciência, tecnologia e inovação – o nosso Ministro da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicação está aqui também para discorrer sobre isso –; apenas para mencionar o caráter absolutamente prioritário, também, dessa área. E a área do agronegócio. O Brasil tornou-se, nos últimos anos, um dos países mais competitivos do mundo no agronegócio, de maneira inteiramente sustentável e respeitosa do meio ambiente, e pode contribuir muito para a segurança alimentar deste país, aqui, e desta região. Apenas para dar alguns exemplos de setores, além dos investimentos em infraestrutura, que podem ser extremamente promissores para a nossa parceria.
Estou convencido de que será um trabalho muito produtivo, e estamos todos à disposição dos senhores para desenvolver esse contato.
Muito obrigado.
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* Fonte: Ministério das Relações Exteriores