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Alocução Discurso do Ministro Ernesto Araújo na Conferência Internacional de Apoio ao Líbano
Discurso do Ministro das Relações Exteriores, Embaixador Ernesto Araújo, na Conferência Internacional de Apoio ao Líbano (02/12/2020)*
Muito obrigado, Ministro Le Drian.
O Brasil é muito grato ao Presidente Emmanuel Macron e ao Secretário-Geral António Guterres por convocarem este encontro.
O Líbano é muito especial para nós, brasileiros. O Brasil é o lar de dez milhões de libaneses e seus descendentes, a maior diáspora libanesa do mundo. O empreendedorismo e a criatividade dos libaneses, assim como seu amor à vida e à liberdade, são um componente essencial da identidade nacional brasileira.
Na última conferência sobre o Líbano, em agosto, o Presidente Jair Bolsonaro expressou, em nome de todos os brasileiros, plena solidariedade ao Líbano e o comprometimento do Brasil em cooperar na sua reconstrução.
Tenho a satisfação de relatar, agora, que grande parte da assistência então anunciada já foi entregue. No dia 12 de agosto, duas aeronaves brasileiras transportaram um total de 6,5 toneladas de alimentos, remédios, suprimentos e equipamentos médico--hospitalares doados pelo governo brasileiro e pela comunidade libanesa no Brasil, em missão liderada pelo ex-Presidente Michel Temer, ele mesmo descendente de libaneses.
A equipe técnica de diferentes agências brasileiras preparou mapas especiais do porto de Beirute com o objetivo de auxiliar no planejamento e na implementação da resposta emergencial e da assistência pós-desastre.
Carregamentos aéreos subsequentes de doações arrecadadas pela comunidade libanesa no Brasil adicionaram mais 38 toneladas de alimentos, remédios e suprimentos médico-hospitalares. A comunidade arrecadou, ademais, aproximadamente 225 mil dólares para ajudar na reconstrução da Unidade de Tratamento Intensivo do Hospital Geitaoui, em Beirute.
Uma doação do governo brasileiro de quatro mil toneladas de arroz está prestes a ser enviada. Antes da explosão, o Brasil já tinha doado 75 mil dólares para ajudar o Líbano a lidar com a pandemia da COVID-19.
A diáspora libanesa mantém contato muito próximo com sua terra ancestral, por meio de suas famílias estendidas, de suas redes de amizades e de negócios e da participação em grupos da sociedade civil. O governo brasileiro está totalmente engajado em facilitar esses canais.
Ademais, o Brasil, como um dos líderes mundiais em iniciativas que promovem a segurança alimentar, está, também, inteiramente disposto a assistir o Líbano, no médio e no longo prazo, por meio do Programa Mundial de Alimentos, por exemplo.
O Brasil, com seus parceiros no MERCOSUL, está pronto para negociar um acordo de livre comércio com o Líbano, que pode contribuir para a recuperação econômica e para os fluxos de investimento. O Brasil está pronto para aderir a quaisquer programas que visem a reforma, a recuperação e a reconstrução do Líbano, em conexão com as Nações Unidas, o Banco Mundial, a União Europeia, ou quaisquer parceiros, lembrando que todo programa deve ser capaz de responder às necessidades da sociedade local e ser implementado em coordenação com os líderes do Líbano.
Em suma, graças ao extraordinário tamanho, significância e dinamismo da comunidade libanesa e das capacidades nacionais do Brasil, estamos convencidos de que o Brasil pode desempenhar papel especial nos esforços para ajudar o Líbano, nas dimensões econômica, cooperativa e política. Brasileiros consideram o Líbano uma nação irmã e, a partir desse lugar especial que o Líbano ocupa em nossos corações, o governo brasileiro do Presidente Bolsonaro quer ajudar o Líbano. O Brasil quer ser parte de um novo momento para o Líbano, com paz, segurança, prosperidade, liberdade, democracia e soberania.
Vocês podem contar com o Brasil.
Muito obrigado.
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