Notícias
Alimentação Escolar
Dia Mundial do Meio Ambiente: Pnae é uma das formas de aliar cultivo de alimentos e preservação ambiental
No dia 5 de junho comemora-se o Dia Mundial do Meio Ambiente. Instituída em 1972, na Assembleia Geral das Nações Unidas, a data marcou a abertura da Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano, que ficou conhecida como Conferência de Estocolmo. O objetivo da celebração é criar uma postura crítica e reflexiva a respeito dos problemas ambientais existentes no planeta Terra.
O Brasil é responsável por um dos maiores programas de alimentação escolar do mundo: o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae). Gerido pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) há 68 anos, o Pnae tem a missão de promover uma alimentação de qualidade para os estudantes, valorizar a agricultura familiar e fortalecer movimentos articulados ao meio ambiente. Desde 2009, devido à Lei n° 11.947, pelo menos 30% dos recursos repassados pelo FNDE por meio do programa devem ser utilizados na compra de gêneros alimentícios oriundos da agricultura familiar.
“Em uma data tão importante, não só para o nosso país, mas para o mundo, não podemos deixar de ressaltar a relevância do Pnae no contexto alimentar e do meio ambiente. Com a nossa atuação junto à agricultura familiar, temos essa missão de promover um desenvolvimento sustentável e construir alternativas tanto para a melhoria da qualidade da alimentação escolar quanto para a preservação do meio ambiente”, comentou a presidente do FNDE, Fernanda Pacobahyba.
A chefe da Divisão de Desenvolvimento da Agricultura Familiar do FNDE, Ana Carolina Silva e Souza, seguiu a mesma linha da presidente e destacou a fundamental importância da celebração da data e sua ligação com a agricultura familiar. “É muito relevante lembrarmos dessa conquista da sociedade brasileira quando estamos falando do meio ambiente, que é celebrado em 5 de junho. Diferentemente da agricultura convencional, que tende a ser exercida em grandes propriedades e com base no cultivo de monoculturas, reduzindo pouco a pouco a diversidade de espécies presentes naquele lugar, a agricultura familiar se desenvolve num contexto em que os seres humanos se posicionam de uma forma muito mais harmônica com relação ao meio ambiente”, explicou.
É importante ressaltar que formas de cultivo em que o ser o humano se posiciona como parte ativa do meio ambiente são, também, inspiradas em povos e comunidades tradicionais do país. Essa relação traz consigo um resgate de conhecimentos milenares. Sabe-se que, por exemplo, povos indígenas brasileiros cultivam alimentos ao mesmo passo que preservam a floresta e toda a sua diversidade genética.
Ana Carolina complementa frisando justamente a questão da produção de alimentos e preservação do meio ambiente, pregada exaustivamente pela agricultura familiar dentro do Pnae. “Alimentos oriundos da etnobiodiversidade também são destinados às escolas públicas brasileiras por meio do Pnae. Uma das diretrizes do programa é exatamente o apoio ao desenvolvimento sustentável, com incentivos para a aquisição de gêneros alimentícios diversificados, produzidos em âmbito local e preferencialmente pela agricultura familiar e pelos empreendedores familiares rurais, priorizando as comunidades tradicionais indígenas e de remanescentes de quilombos”, definiu.
Alinhar a produção de alimentos saudáveis à preservação do meio ambiente é uma estratégia fomentada pelo Pnae, com o intuito de promover, cada vez mais, a preservação ambiental. Neste sentido, o programa investe na produção da agricultura familiar, que deve receber recursos da ordem de R$ 1,65 bilhão neste ano. Com isso, busca fornecer alimentação saudável e de qualidade no ambiente escolar e, ao mesmo tempo, incentivar a vida no campo, oferecendo oportunidade e renda para os pequenos produtores rurais.