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COP 28
Recuperação de florestas nativas é tema de debate na COP 28
Foto: Apex Brasil
Os meios para alcançar 12 milhões de hectares de recuperação florestal de vegetação nativa no Brasil foram tema de debate mediado pelo Serviço Florestal Brasileiro (SFB) no último sábado (09/12), durante a COP 28, em Dubai. O governo do Brasil está implementando políticas para permitir a restauração em grande escala e a expectativa é que a meta seja atingida até 2030.
Garo Batmanian, diretor-geral do SFB, dirigiu o painel que contou com a participação de Thiago Picolo, CEO da re.green; Valmir Ortega, CEO da Belterra; Peter Fernandez CEO da Mombak e Fabio Sakamoto, CEO da Biomas. O encerramento foi realizado por João Paulo Capobianco, secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima.
Na abertura do evento, Garo falou sobre a demanda de recursos e a necessidade de trabalhar com o setor privado nas restaurações florestais. “Esse processo não é para ser financiado apenas pelo setor público, pois é possível a geração de receita. Estamos aqui para ouvir a experiência de quem já está fazendo [recuperação florestal], entender seu potencial e identificar os temas em que já podemos investir para criar um ambiente de negócios melhor e aumentar a escala de investimento no setor”. O diretor-geral também pontuou que restauração florestal irá acontecer em todos os biomas, não sendo um processo exclusivo da Amazônia.
Os painelistas destacaram como principais desafios a criação de um ambiente regulatório seguro, e condições de financiamento adequadas à atividade de restauração florestal. Também foi pontuada a necessidade de investimento em tecnologia e desenvolvimentos de métodos mais eficientes de restauração e expansão das cadeias de produção.
No encerramento, Capobianco falou sobre o trabalho do SFB nas concessões para recuperação florestal em florestas públicas e do compromisso do Brasil em atingir a meta de 12 milhões de hectares restaurados. “Nós temos que fazer um esforço para ampliar drasticamente a regeneração de áreas florestais no Brasil e essa junção entre política pública com setor privado é absolutamente fundamental”, ponderou.
O secretário-executivo ressaltou que há o compromisso do Governo Federal em proporcionar segurança jurídica e institucional, bem como apoiar a captação de recursos para a dinamização do setor. “Queremos ter uma roda muito maior de empresas voltadas para essa enorme oportunidade que vai gerar resultados absolutamente fundamentais para o equilíbrio climático, para a recuperação da biodiversidade e para a inclusão social”, finalizou.
As oportunidades no setor são grandes: mais de 4 bilhões de toneladas de CO2 podem ser armazenadas em vegetação restaurada e 2,5 milhões de empregos podem ser gerados. O governo do Brasil está implementando políticas púbicas para permitir a restauração em grande escala. Organizações não governamentais (ONG’s) e universidades brasileiras estão operacionalizando diversas iniciativas de recuperação florestal nos diferentes biomas do país e o setor privado tem manifestado forte interesse em se envolver em projetos de restauração em grande escala.