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Inventário Florestal Nacional
Nova espécie de planta é identificada no Cerrado
Paisagem no Cerrado. Foto: Rodinei Martins
Uma nova espécie arbórea do gênero Oxandra foi identificada no Cerrado brasileiro por pesquisadores da Universidade Federal de Goiás (UFG), como resultado do doutorado da bióloga Indiara Ferreira. Batizada de Oxandra cerradensis, a árvore costuma ter entre 5 a 11 metros de altura. O artigo da descoberta foi aceito e publicado, no dia 9 de fevereiro, no Phytotaxa, publicação neozelandesa de taxonomia botânica. “Este artigo é resultado da minha pesquisa de doutorado desenvolvido em Niquelândia, Goiás, que fez parte do projeto Alometria no Cerrado sob orientação e coordenação do professor Fábio Venturoli”, explica Indiara.
O projeto recebeu apoio financeiro do Inventário Florestal Nacional (IFN), por meio da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), e utilizou técnicas de coleta previstas na metodologia de coleta de dados em campo do IFN. A pesquisa também teve apoio da UFG, Companhia Brasileira de Alumínios e Legado Verdes do Cerrado. Também são autores do artigo: Fábio Venturoli, doutor em Ciências Florestais e professor da UFG; Danielle Diniz, doutoranda em Agronomia e curadora do Herbário da UFG; e Fernanda Ferreira, doutora em Agronomia.
De acordo com os autores, apenas três outras espécies deste gênero tinham sido registradas no bioma: Oxandra reticulata, Oxandra saxicola e Oxandra sessiliflora. A nova espécie foi encontrada em quatro municípios de Goiás: Niquelândia, Colinas do Sul, Nova Roma e São Domingos. As plantas do gênero Oxandra pertencem à família Annonaceae e são predominantemente lenhosas com folhas simples. Já foram catalogadas mais de 350 espécies desse gênero, encontradas principalmente na Amazônia, mas há ocorrência de espécies também na Mata Atlântica e no Cerrado.
Diversidade botânica
Uma das atividades realizadas no IFN é a identificação botânica das árvores inventariadas, esforço que tem produzido informações detalhadas sobre a diversidade da flora brasileira. Com isso, tem-se ampliado o conhecimento sobre novas ocorrências no Brasil, incluindo a descoberta de novas espécies.O levantamento também permite fazer uma estimativa da quantidade de cada uma das plantas coletadas, registrando a distribuição delas no território nacional, identificando as plantas com maior e menor ocorrência.
Com mais de 130 mil amostras coletadas em todo o país, já foram identificadas outras duas novas espécies: Pleroma ceciliana, na Mata Atlântica (RJ), e Harpalyce correntina, no Cerrado (BA). Também já foram catalogadas mais de 30 possíveis novas espécies para a ciência, que estão em processo de confirmação. O IFN é um instrumento da política de gestão florestal do governo brasileiro, coordenado pelo Serviço Florestal Brasileiro (SFB), que prevê o maior levantamento em campo sobre a diversidade botânica e as condições das nossas florestas. Em muitos lugares do país, tem sido a primeira vez em que estão sendo coletadas amostras da flora”, explica o Coordenador-Geral de Informações Florestais do SFB, Dárlison Andrade.