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Monitoramento Florestal
Monitoramento e conservação na Amazônia são temas de debate em encontro no Pará
Registro da Floresta Nacional de Caxiuanã. Foto: Evie Negro
No último sábado, 02/03, o Serviço Florestal Brasileiro (SFB) participou do Encontro do Saberes, na Floresta Nacional de Caxiuanã, no Pará. O evento é uma etapa do Programa Monitora, que avalia a biodiversidade das Unidades de Conservação (UC) do Instituto Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade (ICMBio), e teve como objetivo avaliar as atividades de manejo florestal sustentável das concessões florestais.
O Encontro do Saberes reuniu cerca de 100 participantes entre pesquisadores, monitores da biodiversidade, gestores das UC, representantes das comunidades locais e instituições parceiras, para trocar experiências sobre a manutenção da biodiversidade local e debater a respeito dos resultados do projeto Monitoramento Participativo da Biodiversidade (MPB). O projeto apoia a implementação do Programa Nacional de Monitoramento da Biodiversidade (Monitora), do ICMBio, e, atualmente, concentra as atividades na Flona de Caxiuanã, que possui atividade de concessão florestal.
- Coordenador-geral de Monitoramento Florestal, José Humberto Chaves. Foto: Harrison Lopes/IPÊ
Para José Humberto Chaves, coordenador-geral de monitoramento e auditoria florestal do SFB, os resultados preliminares da implantação do Monitora na área da concessão florestal surpreenderam a comunidade local, já que, em alguns casos, houve aumento no número de registros da fauna local nas áreas recém-manejadas. “O resultado deste monitoramento poderá fazer com que as próprias pessoas das comunidades locais passem a olhar a atividade de manejo florestal com outros olhos, compreendendo que é uma atividade que mantém a floresta e a sua fauna protegidas”.
O monitoramento da biodiversidade em áreas de concessão florestal é importante para avaliar os impactos do manejo florestal sustentável na biodiversidade local e os dados gerados podem ainda ajudar na implementação da política pública das concessões florestais. “Além dos benefícios de geração de emprego e renda locais, o monitoramento da biodiversidade pode produzir informações que permitam ao SFB e às próprias concessionárias mostrarem de forma transparente para a sociedade se a atividade de manejo florestal está trazendo algum risco à fauna local ou não. Isso vale para as espécies da flora, principalmente aquelas espécies madeireiras que estão sendo manejadas pela empresa”, concluiu José Humberto.
Encontro do Saberes
O Encontro dos Saberes é uma realização do IPÊ) em parceria com o ICMBio, Museu Paraense Emílio Goeldi, Benevides Madeiras, Serviço Florestal Brasileiro, Ibama e Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, com o apoio do Serviço Florestal dos Estados Unidos.
Floresta Nacional de Caxiuanã
Criada em 1961, a Floresta Nacional de Caxiuanã possui uma área de 330 mil hectares. A unidade de conservação, que ocupa os territórios dos municípios de Portel e Melgaço, no arquipélago do Marajó, é a Flona mais antiga da Amazônia e possui alguns dos ecossistemas naturais mais representativos da região como floresta de terra firme, igapó e várzea. De acordo com o último levantamento do ICMBio, na UC vivem cerca de 118 famílias distribuídas em sete comunidades.
Programa Monitora
O Programa Monitora busca fortalecer o diálogo em torno das questões ambientais, com base no compartilhamento de informações e na formulação de questões, envolvendo pesquisadores, gestores das áreas e das comunidades. Tem sido estabelecido um conjunto de procedimentos para levantar dados a partir do emprego de técnicas simples, com baixo custo financeiro e operacional, privilegiando a participação de atores locais, acompanhado do compartilhamento de análises e interpretação coletiva de resultados. Tais atividades requerem a capacitação constante em diversas áreas do conhecimento e permanente processo de animação e articulação de iniciativas.