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Floresta Bom Futuro será piloto para a modelagem de restauração florestal em áreas degradadas
Crédito: Ludmilla Techuk
Uma equipe do Serviço Florestal Brasileiro (SFB) esteve na Floresta Nacional do Bom Futuro para uma visita técnica às áreas de restauração florestal. A Flona, localizada em Porto Velho, Rondônia, faz parte do projeto piloto para análise e modelagem de concessão para prática do manejo florestal e silvicultura em áreas degradadas. A visita de campo ocorreu no dia 13 de setembro, como parte da agenda dos 15 anos do lançamento do primeiro edital de concessão florestal.
A Flona Bom Futuro é um laboratório para a recuperação florestal, com experiências de restauração usando diferentes técnicas, financiadas por diferentes modelos como a compensação ambiental e editais de projetos com financiamento internacional. “O potencial de dar escala à restauração na Flona é enorme, estima-se que cerca de 16 mil hectares podem ser restaurados. O SFB planeja seguir fomentando a restauração na Flona e no estado de Rondônia”, destacou André Aquino, diretor de Fomento Florestal do SFB.
“Em parte da área onde houve a restauração, já podemos dizer que a floresta é autossustentável, não sendo mais necessário que ela receba intervenções externas para que continue a se regenerar”, salientou Garo Batmanian, diretor-geral do SFB. Nos 80 hectares restaurados na Flona, foi utilizado o método de muvuca, que consiste numa semeadura direta de um misto de sementes, com alta variabilidade de espécies florestais nativas.
A restauração florestal, a vigilância territorial e o controle de queimadas estão entre as prioridades de gestão da Unidade de Conservação. Tais medidas, além de recuperarem a área degradada, reduzem os riscos de queimadas e inibem invasões nessas áreas.
Na equipe de visitação do SFB, estiveram presentes Garo Batmanian, diretor-geral, André Aquino, diretor de Fomento Florestal, Renato Rosenberg, diretor de Concessão Florestal e Monitoramento, Robson Bueno, coordenador da Unidade Regional Purus-Madeira, Ana Shaura Oliveira, analista ambiental. Também estavam presentes representantes do Instituto Chico Mendes da Biodiversidade (ICMBio) e da Ecoporé.
Floresta Nacional do Bom Futuro
O território que compreende a Floresta Nacional (Flona) do Bom Futuro situa-se integralmente no município de Porto Velho, Rondônia. Trata-se de uma Unidade de Conservação (UC) Federal de Uso Sustentável, que se encontra sob a responsabilidade do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - Coordenação Regional: CR 01 – Porto Velho. A UC foi criada em 1988 por meio do Decreto federal nº 96.188 com 280.000 hectares (ha), porém após uma série de invasões e formalização de acordos para desafetação de parte de sua área, seus limites foram reduzidos para 100.075,13 ha, em 2010, por meio da Lei nº 12.249/2010.
A UC situa-se em uma região com alta ocorrência de crimes ambientais, principalmente decorrentes da invasão a áreas protegidas para grilagem de terras, roubo de madeiras, caça, abertura de estradas clandestinas, desmatamento e queimadas. Esses fatores são ameaças constantes à Flona, fato que exige do ICMBio constante vigilância territorial e manutenção de brigadas de combate aos incêndios florestais nos períodos mais secos do ano para manutenção da integridade da área.
O processo histórico de invasões e ocupações sofridas na UC, até o início da década de 2000, culminou no desmatamento de diversos polígonos de áreas desmatadas, os quais atualmente são ocupados por pastagens, que totalizam mais de 14 mil ha de áreas.
Uma parte destas áreas já estão em processo restauração florestal, por meio de intervenções orientadas para tal. Existem cerca de 500 ha de áreas que vem sendo recuperados, por meio de diversas técnicas. Além disso, mais de 500 ha estão mapeados em diversos polígonos a serem restaurados.
O projeto de restauração na Floresta Nacional do Bom Futuro é realizado pela Ecoporé em conjunto com o ICMBio e parceria financeira da Conservação Internacional por meio do Projeto Paisagens Sustentáveis da Amazônia (PSAM).