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Serviço Florestal Brasileiro debate o futuro das florestas na Amazônia
Foto: Ascom/SFB.
Nesta quarta-feira (09), diretores do Serviço Florestal Brasileiro (SFB) e representantes de outros órgãos do governo e de Organizações Não Governamentais (ONGs) se reuniram com produtores, membros da academia e especialistas do setor florestal para discutir meios de se conservar as florestas em pé na Amazônia e, ao mesmo tempo, garantir um ambiente favorável à produção de madeira responsável.
A abertura do “VIII Fórum de Soluções em Ilegalidade Florestal – O Futuro das Florestas na Amazônia” contou com a participação do diretor-geral do SFB, Garo Batmanian; do diretor Florestal do Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora), Leonardo Sobral; da diretora do Uso Sustentável de Biodiversidade e Florestas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Livia Karina Martins; e da embaixadora do Reino Unido no Brasil, Stephanie Al-Qaq.
Para Batmanian, “o futuro está em mantermos as florestas em pé – para isso, é preciso agregar valor a elas. Outro fator importante é que o manejo florestal de baixo impacto não gera desmatamento. Então, nós podemos e devemos fazer concessão florestal em terras públicas”. O diretor-geral do Serviço Florestal Brasileiro lembrou que, em 2022, foram produzidos 12 milhões de metros cúbicos de madeira em tora, segundo o IBGE. “Para atendermos a essa demanda, precisamos de 25 milhões de hectares de manejo florestal de baixo impacto. Parece muito, mas se consideramos que a Amazônia ainda tem 320 milhões de hectares de florestas, dá para fazer isso, seja por meio das terras públicas ou das privadas”, reforçou Batmanian.
Já a embaixadora do Reino Unido no Brasil, Stephanie Al-Qaq, apontou a necessidade de ampliação do financiamento por parte do setor privado. O Reino Unido é um dos maiores apoiadores e investidores na conservação florestal brasileira. Mesmo assim, segundo ela, é necessário expandir esses recursos por meio de outras fontes.
PAINÉIS
O primeiro painel do “VIII Fórum de Soluções em Ilegalidade Florestal – O Futuro das Florestas na Amazônia” foi sobre a produção de madeira na Amazônia. De acordo com o diretor Florestal do Imaflora, Leonardo Sobral, o debate é importante para se achar formas de quebrar estigmas sobre a produção e o uso da madeira. “Na França, por exemplo, o setor da construção civil é incentivado a usar essa matéria-prima. Já aqui, no Brasil, existe uma discriminação, um preconceito mesmo”, comentou Sobral.
O diretor de Concessões Florestais e Monitoramento do SFB, Renato Rosenberg, reforçou que há interesse no mercado. “Existe uma demanda pela madeira. E ela vai ser suprida, de uma forma ou de outra. O que a gente quer é estimular que isso seja feito de forma legal, por meio das concessões – seguindo critérios, sob monitoramento, e gerando emprego e renda às comunidades locais. Tudo isso de maneira sustentável”, acrescentou.
Rosenberg participou do painel “Os caminhos para uma produção responsável” e detalhou como são feitas as concessões florestais federais, destacando as diferenças entre o manejo sustentável e a extração ilegal de madeira. O diretor destacou que, no manejo florestal sustentável, as florestas mantêm a diversidade biológica e a oferta dos serviços ambientais, com destaque para o ciclo da água e a captura de carbono, importantes para o equilíbrio climático do planeta.
Renato Rosenberg também explicou que, dos recursos pagos pelas concessionárias, 21% são garantidos aos estados onde as florestas se formaram, outros 21% são destinados aos municípios, 28% são encaminhados ao Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal (FNDF) e 30% são direcionados ao Serviço Florestal Brasileiro.
Os repasses – e ainda os encargos acessórios – são algumas das vantagens das concessões federais, além da manutenção das florestas em pé. O diretor afirmou que um hectare de Floresta Amazônica tem cerca de 200 árvores adultas e que, na concessão, é permitida a coleta de 5 a 6 árvores a cada 30 anos, mostrando que é uma operação mais do que sustentável: cirúrgica.
FÓRUM
O “VIII Fórum de Soluções em Ilegalidade Florestal – O Futuro das Florestas na Amazônia” foi organizado pelo Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora) em parceria com: Serviço Florestal Brasileiro, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (Idesam), Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), Instituto Centro de Vida (ICV) e SYSTEMIQ.
Texto: Serviço Florestal Brasileiro • Mais informações: ascom@florestal.gov.br • (61) 2028.2024