Notícias
I Seminário de Manejo Florestal Comunitário e Familiar na Caatinga discute ações para a bioeconomia florestal no bioma
Foto: Ascom/SFB.
Nos dias 27 e 28 de novembro, o I Seminário de Manejo Florestal Comunitário e Familiar na Caatinga reuniu cerca de 60 participantes, entre agricultores familiares, comunidades tradicionais, pesquisadores e representantes de instituições governamentais e não-governamentais. O evento promoveu o compartilhamento de experiências e teve como foco o fortalecimento do manejo florestal sustentável e da bioeconomia no bioma Caatinga.
Promovido pelo Serviço Florestal Brasileiro (SFB), o seminário faz parte das ações de retomada, por parte do Governo Federal, do fomento ao manejo florestal comunitário e familiar. A iniciativa tem o apoio do projeto “Informações Florestais para uma gestão orientada à conservação e valorização dos recursos florestais do Brasil”, executado em parceria com o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), e financiado pelos Fundos de Investimento Climático (CIF).
André Aquino, diretor de Fomento Florestal do SFB, ressaltou a importância do levantamento de iniciativas de manejo florestal comunitário e familiar na Caatinga, com o objetivo de promover as melhores práticas. “Nesse cenário de retomada de uma série de políticas públicas federais de fomento à bioeconomia e ao manejo florestal comunitário e familiar, nosso objetivo com esse seminário é trazer as vozes dos territórios”, afirmou. Aquino também destacou a necessidade de coordenação das políticas federais para maximizar seus impactos nos territórios, reforçando que “a bioeconomia é prioridade do governo e envolve diversos ministérios”.
O diretor do Departamento de Combate à Desertificação do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), Alexandre Pires, acrescentou que o manejo florestal sustentável da Caatinga é estratégico também para o combate à desertificação. “A Caatinga é o bioma mais ameaçado pelo processo de desertificação porque está integralmente dentro dessa região de suscetibilidade, onde tem o surgimento dessa área de clima árido”, disse.
Segundo Alexandre Pires, a Caatinga possui mais de 1,4 milhão de estabelecimentos da agricultura familiar. A região também tem presença significativa de assentados da reforma agrária, indígenas, quilombolas e outros povos tradicionais. “É fundamental entendermos que essas comunidades conseguem usar, ou melhor, conservar usando”, frisou. “Quando o Serviço Florestal Brasileiro atua na implementação dessas estratégias de planos de manejo comunitários sustentáveis está contribuindo para combater os processos de desertificação, restaurar e manter a Caatinga em pé”, avaliou.
Também participaram da abertura do seminário a coordenadora-geral de Acesso e Conservação dos Biomas, Sociobiodiversidade e Bens Comuns do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Gabriela Gonçalves, o representante adjunto do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), Christian Fischer, e o especialista líder em Desenvolvimento Rural e Agricultura do BID no Brasil, Octavio Damiani, entre outras autoridades.
Debates
Especialistas e produtores participaram de painéis sobre temas como produtos florestais, experiências de pagamentos por serviços ambientais e a legislação relacionada ao manejo florestal. Representantes de associações e cooperativas de manejo da Caatinga apresentaram as iniciativas desenvolvidas na região, compartilhando informações sobre as cadeias produtivas madeireiras e não-madeireiras, relatando experiências com produtos como umbu, carnaúba, licuri, castanha de caju e sementes, entre outras. Além disso, os participantes discutiram e apresentaram contribuições para a construção do plano plurianual de ações e investimentos para o Programa de Manejo Florestal Comunitário e Familiar, que está em elaboração pelo MMA.
Texto: Serviço Florestal Brasileiro • Mais informações: ascom@florestal.gov.br • (61) 2028.2024