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Serviço Florestal Brasileiro recebe primeira Patente de Invenção a projeto que aproveita embalagens longa vida
Foto: Serviço Florestal Brasileiro.
O Serviço Florestal Brasileiro (SFB) conquistou, no último dia 11, a sua primeira Patente de Invenção referente a projeto que reutiliza embalagens longa vida por meio do Programa Patentes Verdes do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).
O projeto é resultado de uma pesquisa inovadora conduzida pelos pesquisadores Divino Eterno Teixeira e Fernando Nunes Gouveia, servidores do Laboratório de Produtos Florestais (LPF), vinculado ao SFB. O estudo prevê a reutilização das embalagens longa vida após consumo, que são trituradas e misturadas a materiais como cimento, gesso e madeira na produção de novos produtos.
A Carta de Invenção “Painel Composto de Embalagens Longa Vida Pós Consumo, Cimento ou Gesso e, Opcionalmente Partículas de Madeira, bem como o Processo de Sua Fabricação”, registrada sob o nº BR102013029377-6, representa um importante ganho para o desenvolvimento da reciclagem no país.
Segundo o pesquisador Divino Eterno, “as embalagens longa vida são muitos utilizadas na conservação de alimentos, mas a sua destinação pós-consumo nem sempre ganha uma nova vida. Dessa forma, desenvolvemos esse estudo que dá um destino às também chamadas embalagens cartonadas. Essas embalagens após o consumo, passam por um processo de trituração e mistura com outros materiais agregados, como o cimento, o gesso e a madeira, e um aditivo que possibilita o uso em divisórias, forros, isolamentos acústicos, tapumes, blocos e outros”.
Em 2018, segundo a associação Compromisso Empresarial Para Reciclagem (CEMPRE), a taxa de reciclagem de longa-vida foi de 29,1%, totalizando em mais de 70 mil toneladas. Ainda assim, mais da metade das embalagens longa-vida são descartadas sem reaproveitamento.
A patente foi concedida pelo programa Patentes Verdes do INPI, que objetiva identificar projetos de inovação que contribuem para as mudanças climáticas globais e possibilitam novas tecnologias que possam ser rapidamente usadas pela sociedade.
“Após uma espera de sete anos do pedido da patente, a concessão enfim chegou. Isso significa que o SFB terá vinte anos para explorar, em todo o território nacional, todos os direitos previstos na legislação em vigor garantidos pela Carta concedida”, explica Divino.
A invenção foi publicada na Revista da Propriedade Industrial Nº 2601 do INPI e representa um importante ganho para o descarte e reaproveitamento das embalagens, bem como, para o desenvolvimento do trabalho com produtos reaproveitados e florestais no Brasil.