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Experiência pioneira permite empresa não concessionária utilizar o sistema de rastreamento do Serviço Florestal Brasileiro
Foto: Serviço Florestal Brasileiro.
A empresa J. Martins de Oliveira obteve permissão do Serviço Florestal Brasileiro para utilizar o Sistema de Cadeia de Custódia (SCC). Parceria pioneira com usuário fora do processo de concessão florestal só foi possível porque que a J. Martins processa exclusivamente madeira obtida da concessão florestal.
A madeireira que é parceira da Madeflona, concessionária da Floresta Nacional de Jacundá (RO), passará a utilizar o Módulo Empreendimento do SCC. Essa ferramenta permite fazer o rastreamento apenas da madeira serrada. Assim, a empresa vai receber a madeira em tora rastreada das Unidades de Manejo Florestal (UMF) do concessionário, em seguida, vai produzir madeira serrada e dar sequência na rastreabilidade dessa madeira no sistema. Isso será possível porque os pacotes ou fardos de madeira vão receber uma etiqueta com um o Qr-Code gerado automaticamente.
É a primeira vez que uma empresa fora do processo de concessão florestal teve permissão para usar o sistema de rastreamento. A solicitação partiu da empresa Madeflona Industrial Madeireira, que tem a concessão florestal da Floresta Nacional de Jacundá, em Rondônia. A partir da experiência piloto com a empresa J. Martins, o Serviço Florestal Brasileiro vai avaliar a possibilidade futura de estender a iniciativa a outras empresas parceiras dos concessionários.
Rastreabilidade da madeira
Segundo o coordenador-geral de Monitoramento do Serviço Florestal Brasileiro, José Humberto Chaves, a grande vantagem da iniciativa é garantir a continuidade da rastreabilidade da madeira da concessão florestal, que sai da floresta devidamente rastreada.
“Quando essa madeira é vendida para terceiros, essa rastreabilidade se perde pela não utilização do SCC, o que não vai mais acontecer com essa empresa. Cada vez mais a rastreabilidade é exigida pelos consumidores e o SCC é um patrimônio das concessões florestais. Aumentar o volume de madeira serrada que é rastreada ao longo de toda a cadeia produtiva é muito importante para valorizar o produto que sai das concessões florestais”, afirmou José Humberto.
As toras provenientes de concessão vendidas no mercado perdem o vínculo de rastreabilidade. A exceção é a empresa compradora da madeira adotar o Sistema de Cadeia de Custódia (SCC) do SFB, como fez a J. Martins. A expectativa do Serviço Florestal Brasileiro é ampliar a rede de parceiros locais, beneficiando as empresas próximas às áreas concedidas e criando nelas uma cultura diferente daquela historicamente encontrada. José Humberto ainda ressalta que “o rastreamento, a garantia da origem e a legalidade são os diferencias da madeira da concessão florestal”.
Ampliar o volume de madeira da concessão florestal, que possui a rastreabilidade completa, é prioridade para o Serviço Florestal Brasileiro. Os concessionários florestais estão, cada vez mais, vendendo madeira em tora para outras empresas locais. Por isso, há a perspectiva de que outras empresas se interessem em usar o SCC, na medida em que as empresas colham os benefícios de ter a sua produção de madeira rastreada.
O consumidor final, ao exigir a rastreabilidade da madeira, ajuda na conservação da floresta, incentivando a produção responsável de madeira, respeitando os seus limites, os trabalhadores e as comunidades locais.