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Evento virtual sobre manejo florestal sustentável defendeu preservação com geração de renda
Imagem: Serviço Florestal Brasileiro.
O Papel do Manejo Florestal Sustentável na Preservação da Amazônia foi tema da reunião virtual organizada pelo Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal (FNBF), que aconteceu nesta quinta-feira (27).
O evento foi aberto pelo vice-presidente da República, Hamilton Mourão, e teve a participação dos dirigentes do Serviço Florestal Brasileiro, Valdir Colatto e Jaine Cubas, do Secretário de Florestas e Desenvolvimento Sustentável do Ministério do Meio Ambiente, Joaquim Álvaro Pereira Leite, e a moderação pelo presidente da FNBF, Frank Almeida.
O vice-presidente destacou a importância de, ao abordar a conservação da Amazônia, associar o meio ambiente, o social e a governança num mesmo propósito. “A discussão sobre o manejo florestal sustentável como ferramenta de preservação da Amazônia deve ser feita sem preconceito e de forma objetiva, envolvendo todas as nuances que o tema requer”, ponderou.
Serviços ambientais
Joaquim Leite defendeu falou sobre o Programa Floresta +, lançado em julho, que tem o foco no pagamento por serviços ambientais. “Serviços ambientais são atividades que visam proteger a floresta, cuidar da floresta, melhorar, conservar, recuperar a vegetação nativa”, disse.
“Serviços ambientais são as atividades do homem para cuidar da florestal. O Programa tem como objetivo e foco principal mudar o olhar do quanto vale um hectare de floresta para quanto vale proteger a floresta. Tem muito estudo para dizer quanto vale a biodiversidade, quanto vale a Amazônia, mas tem muito pouco estudo ou realidade sobre quanto custa cuidar da Amazônia. Qual o custo de cuidar das áreas depois de manejadas, qual o custo de cuidar de uma reserva legal? Tem de tirar o foco da árvore para colocar o foco no homem que cuida da floresta e que faz a atividade de preservação”, afirmou Joaquim Leite.
Para o diretor-geral do Serviço Florestal Brasileiro, Valdir Colatto, é preciso focar no homem que cuida da floresta. “Precisamos buscar uma forma de fazer com as Áreas de Preservação Permanente e as Áreas de Reserva Legal gerem remuneração por meio de serviços ambientais. Como convencer o produtor da Amazônia que ele tem de deixar 80% da sua área como Reserva Legal? A grande solução é fazer que essa preservação gere renda e seja atrativa”.
Concessão florestal
Colatto destacou também as concessões florestais, que são coordenadas pelo SFB, sendo uma atividade que prevista na Lei de Gestão das Florestas Públicas. “Existem atualmente 18 contratos firmados, que fazem o manejo florestal sustentável em 1,05 milhão de hectares em florestas públicas federais, nos estados do Pará e de Rondônia”.
“A floresta sob concessão permanece em pé, uma vez que os contratos firmados permitem apenas o acesso ao recurso florestal por meio das técnicas do manejo florestal e exploração de impacto reduzido. Assim, área é utilizada num sistema de rodízio, que permite a produção contínua e sustentável de madeira. Apenas de quatro a seis árvores são retiradas por hectare e o retorno a mesma área ocorrerá a cada 30 anos, permitindo o crescimento das árvores remanescentes”, explicou Colatto.
CAR
A diretora de Cadastro e Fomento Florestal do SFB, Jaine Cubas, detalhou o Sistema de Cadastro Ambiental Rural, com foco na plataforma de análise dinamizada que está sendo finalizada e será utilizada pelos entes federados gestores do CAR como instrumento de gestão ambiental.
“O Serviço Florestal Brasileiro tem o objetivo de promover o uso sustentável das florestas brasileiras, com vistas a integrar o desenvolvimento sustentável florestal na agenda estratégica do país. Após a análise dos dados do CAR, teremos subsídios para fazer o ordenamento territorial, a gestão ambiental dos imóveis rurais e saber o que se tem de ativo e passivo ambiental. Assim, poderemos trabalhar e chegar mais próximos dos proprietários e possuidores e tentar desenvolver ferramentas que viabilizem a produção florestal, o manejo florestal sustentável nas áreas de Reserva Legal”, argumentou Jaine Cubas.
O presidente da FNBF, Frank Almeida, defendeu o manejo florestal sustentável como meio de renovação e conservação da floresta. “No Mato Grosso, existem 13,5 milhões de hectares de florestas. Portanto, o setor florestal pode usar esse ativo para gerar divisa e levar divisa aos produtor rural ao mesmo tempo em que protege a floresta”, finalizou.