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Cadeia do pequi e outros frutos do Cerrado foi tema de webinários
Foto: Serviço Florestal Brasileiro.
Os webinários “Bioeconomia da Floresta: Desafios e Oportunidades para o Desenvolvimento da Cadeia do Pequi e outros Frutos do Cerrado com foco no Norte de Minas Gerais e em Goiás e na Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (Ride-DF) aconteceram nos dias 20 e 25 deste mês, respectivamente.
Os eventos foram promovidos pelo Serviço Florestal Brasileiro e contaram com a participação da Secretária de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, Ana Maria Valentini, do coordenador-geral de Extrativismo e técnicos da Secretaria de Agricultura Familiar e Cooperativismo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), de técnicos da Companhia de Abastecimento (Conab) e de pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais e da Universidade de Brasília.
O diretor-geral do Serviço Florestal Brasileiro, Valdir Colatto, ressaltou a importância de todas as instituições juntarem forças para fortalecer a bioeconomia, a produção sustentável nas áreas de florestas.
“O desafio que está posto neste seminário virtual é agregar o conhecimento de todos os parceiros e pesquisadores para que os resultados dessa força cheguem até ponta, até o produtor rural, até o quilombola, até os ribeirinhos e a todas as comunidades tradicionais, enfim, aos povos da floresta, agregando valor ao seu trabalho, gerando renda e desenvolvimento local”, afirmou Colatto.
Cerrado
Colatto destacou ainda que “o Cerrado ocupa 200 milhões de hectares, ou seja, 23,9% do território brasileiro, o que representa a importância das comunidades tradicionais na conservação do Cerrado”.
O coordenador-geral de Extrativismo da Secretaria da Agricultura Familiar e Cooperativismo do Mapa, Marco Aurélio Pavarino, destacou a importância do “olhar para a floresta e olhar para os arranjos de bioeconomia para a agricultura familiar”.
“A bioeconomia deve ser entendida para além de questões tecnológicas, de biotecnologia, de nanotecnologia e de uso industrial da biomassa. Na floresta têm arranjos de bioeconomia com importância significativa para os agricultores familiares. Mas é fundamental pensar as cadeias da sociobiodiversidade de forma mais justa, tornar a distribuição dos recursos gerados por essas cadeias mais justa também e, para isso, precisamos colaborar entre nós. Nesse sentido, destaco o nosso papel central em apoiar a estruturação produtiva dessas cadeias da sociobiodiversidade”, destacou Pavarino.
Produtos do Cerrado
A cobertura florestal do Cerrado é estimada em 76 milhões de hectares, segundo dados do SNIF/SFB em 2018. Nesse bioma, o IBGE destaca o pequi, babaçu, copaíba, baru e buriti como os principais produtos não madeireiros.
A secretária Ana Maria Valentini participou da abertura do primeiro evento e destacou a riqueza do pequi e de outros frutos do Cerrado, o qual ocupa uma grande parte de Minas Gerais.
“Nós temos ocorrência do pequi em praticamente dois terços do nosso estado, sendo uma cultura de muita importância, que já tem produtores que fazem a coleta de seus frutos organizados em cooperativas. Além disso, temos também a castanha de baru, que é deliciosa e tem muitas propriedades nutricionais; e o buriti, que também é um fruto utilizado para fazer um doce maravilhoso. Temos um grande potencial no nosso Cerrado e precisamos trabalhar mais com toda essa diversidade”, ponderou a secretária.
O diretor de pesquisa e Informação Florestal do SFB, Humberto Navarro, destacou que a produção de pequi no Brasil é de 21, 4 mil toneladas, sendo cerca de 70% produzido em Minas Gerais e 10% em Goiás.“Por meio do levantamento socioambiental realizado para o Inventário Florestal Nacional do Cerrado, 99,9% dos entrevistados utilizam produtos florestais não madeireiros para fins domésticos, sendo o pequi, o jatobá e a mangaba os produtos mais consumidos por esse público”, informou Navarro.
Sociobiodiversidade
A pesquisadora do Serviço Florestal, Sandra Afonso, falou do Projeto Biotec: Biodiversidade, Economia e Tecnologia para a Conservação do Cerrado, do qual participa como coordenadora e que está sendo executado pelo SFB e a Universidade de Brasília. Segundo Sandra Afonso, o projeto tem o objetivo de promover a conservação da biodiversidade, a partir da qualificação da produção e da geração de renda, e contribuir para o fortalecimento das cadeias produtivas dos produtos florestais do Distrito Federal e entorno.
O coordenador de Estruturação da Sociobiodiversidade da Secretaria da Agricultura Familiar, André Luis Araújo, falou do Programa Bioeconomia Brasil lançado pela ministra Tereza Cristina. A iniciativa Fortalece Sociobio é um dos instrumentos do Sociobiodiversidade, que vai selecionar propostas de Consórcios Públicos das regiões brasileiras.
“Esses projetos devem ter a finalidade de fortalecer a sociobiodiversidade e os sistemas agrícolas tradicionais, envolvendo pequenos e médios produtores rurais, agricultores familiares, povos e comunidades tradicionais no contexto do Programa Bioeconomia Brasil”, explicou André Araújo.
Webinários
O seminário “Bioeconomia da Floresta: Desafios e Oportunidades para o Desenvolvimento da Cadeia do Pequi em Goiás e na RIDE/DF” foi o quarto de um total de 7 encontros virtuais, que visam estimular a atuação dos gestores dos municípios para promoção da bioeconomia da floresta, com o foco no fomento e no desenvolvimento da cadeia do produto nos estados produtores.
Os webinários têm como público alvo secretários municipais de Agricultura e de Meio Ambiente, prefeitos, técnicos extensionistas da Emater e de cooperativas e de consórcios públicos, pesquisadores, estudantes e público em geral. Todas as edições serão transmitidas pelo Serviço Florestal Brasileiro em seu canal do Youtube.
Programação:
Cadeia do babaçu (Maranhão e Piauí): 27/08 – 14h30
Cadeia do açaí e castanha (Amazônia): 24/09 - 14h30
Cadeia do açaí e castanha (Amazônia): 30/09 - 14h30
Canal: Youtube.com/SFBflorestal