Boletim MacroFiscal da SPE
O Boletim Macrofiscal é um relatório bimestral em que são divulgadas tempestivamente as projeções de curto e médio prazo para os indicadores de atividade econômica e de inflação, utilizados no processo orçamentário da União. Além disso, são apresentadas análises sobre a conjuntura macroeconômica e fiscal, bem como estudos acerca de medidas em pauta que exercem impacto relevante sobre o desempenho econômico do país.
Boletim MacroFiscal de Setembro/24
Projeções | 2024 | 2025 |
PIB real (%) | 3,2 | 2,5 |
IPCA acumulado (%) | 4,25 | 3,40 |
INPC acumulado (%) | 4,10 | 3,20 |
IGP-DI acumulado (%) | 3,80 | 3,80 |
Neste Boletim, a projeção para o crescimento do PIB de 2024 foi revisada de 2,5% para 3,2%. A projeção de 2,5%, realizada com base em dados divulgados até o primeiro tercil de julho, levava em consideração um crescimento significativamente abaixo do verificado para o segundo trimestre. Após a divulgação do PIB do segundo trimestre, o carregamento estatístico para o crescimento do ano passou a ser de 2,5%. A projeção de 3,2% incorpora projeções de crescimento até o final do ano, embora em ritmo inferior ao observado no segundo trimestre.
As projeções de crescimento por setor produtivo também melhoraram. Para a agropecuária, a variação esperada para o PIB passou de -2,5% para -1,9%, refletindo revisões para cima nas expectativas para a colheita de milho, algodão e cana-de-açúcar e para o abate no ano. Para a indústria, a expectativa de crescimento em 2024 foi revisada para cima, de 2,6% para 3,4%. O aumento na projeção reflete principalmente a maior expansão projetada para a indústria de transformação e para a construção no ano. A projeção para a expansão dos serviços também subiu, passando de 2,8% para 3,3%.
Para o terceiro trimestre de 2024, a expectativa é de desaceleração moderada no ritmo de atividade, para 0,6% na margem.O menor ritmo de crescimento na comparação trimestral está relacionado, principalmente, à forte expansão da atividade no segundo trimestre. Vale notar, nesse sentido, que a expectativa é de aceleração do crescimento na comparação interanual, de 3,3% no segundo trimestre para 3,8% no trimestre encerrado em setembro.
A previsão para a inflação medida pelo IPCA avançou de 3,90% para 4,25% em 2024. Até o final do ano, deverá haver recuo na inflação de monitorados, contrabalanceado parcialmente pelo avanço na inflação de livres. Essa estimativa já leva em consideração os impactos do câmbio mais depreciado nos preços; o cenário de bandeira amarela para as tarifas de energia elétrica no final do ano; e o reajuste no piso mínimo para os preços de cigarro. Para a inflação medida pelo INPC, a projeção avançou de 3,65% para 4,10%. No caso do IGP-DI, a alta esperada passou a ser de 3,80%, ante 3,60% no Boletim de julho.
No Prisma Fiscal de setembro, a projeção mediana para o déficit primário de 2024 reduziu pelo segundo mês consecutivo, interrompendo a trajetória de elevação dos meses anteriores. De janeiro a setembro de 2024, a mediana das projeções para o déficit primário no ano caiu de R$ 86,14 bilhões para R$ 66,66 bilhões. No último Boletim, a estimativa era de déficit de R$ 81,42 bilhões. A projeção mediana de déficit primário de R$ 66,66 bilhões para o ano apontada para setembro é a menor estimativa para o déficit de 2024 desde o início da série e mostra convergência das projeções de mercado para o limite inferior da banda em torno da meta (zero), após os devidos descontos legais estabelecidos. A mediana das expectativas de setembro para a Dívida Bruta do Governo Geral em 2024 ficou em 77,91%, ante 77,46% no Boletim de julho de 2024 e 82,40% em janeiro de 2023.