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TRANSFORMAÇÃO ECOLÓGICA
Objetivos da Taxonomia Sustentável e resultados do Grupo de Trabalho são apresentados em painel do G20
A taxonomia e o investimento na biodiversidade foram os temas debatidos no painel "Making Sustainable Finance Taxonomies Work in the G20 to Achieve the Biodiversity Plan”, organizado pelo Institute of Climate and Society (iCS), Brazilian Alliance for Sustainable Finance and Investments (BRASFI), Group of Sustainable Finance and Investments (GFIS/UFRJ) da Universidade Federal do Rio de Janeiro, além da Plataforma Cipó.
A subsecretária de Desenvolvimento Econômico Sustentável do Ministério da Fazenda, Cristina Reis, participou do painel e explicou o trabalho que está sendo feito no Brasil para transformar a taxonomia em uma ferramenta útil para a superação da dependência tecnológica e financeira.
“É um desafio para o desenvolvimento sustentável de países do sul global transformar sua estrutura produtiva. Nesse sentido, a taxonomia brasileira tem sido um processo realizado desde o ano passado e contou com a elaboração de plano de ação, que foi submetido a consulta pública. Esse plano de ação estabelece as prioridades e objetivos da taxonomia, que é parte de um projeto maior chamado de Plano de Transformação Ecológica (PTE)”, afirmou a subsecretária.
A Taxonomia Sustentável Brasileira promoverá investimentos e orientará a concessão de incentivos para projetos voltados ao desenvolvimento sustentável. Atualmente, o Brasil possui diversos grupos de trabalho voltados para discutir uma estratégia de implementação e devem apresentar até o fim do ano o projeto para consulta pública.
“A presidência brasileira do G20 montou uma Aliança Global contra a Fome e a Miséria e estabeleceu três objetivos: proporcionar uma trajetória de desenvolvimento sustentável, adensamento da cadeia produtiva brasileira e promover um fluxo transparente e integro das informações, combatendo o greenwashing”, explicou.
Além do greenwashing, que é a prática de esconder informações sobre os impactos ambientais das atividades das empresas, o plano de ação também busca reduzir a dependência tecnológica poluente, auxiliando o país a alcançar índices sociais e ambientais melhores, além do outros ODS.
A Taxonomia Sustentável Brasileira está dividida em três níveis distintos. Há o Comitê Interinstitucional responsável pela palavra final do trabalho, enquanto um comitê supervisor coordenado pela Fazenda e composto por entidades como Meio Ambiente, Banco Central e BNDES, supervisiona o processo.
No terceiro nível, grupos técnicos setoriais e temáticos, em parceria com consultores externos, trabalham no desenvolvimento dos critérios da taxonomia. Ao final do processo haverá outro período de consulta pública garantindo a transparência. Além disso, foi formado um Comitê Consultivo, com representantes de setores relevantes para que a ferramenta seja efetiva, tanto do segmento empresarial, quanto da academia, terceiro setor e movimento sindical.
“Esses grupos de trabalho estão em funcionamento e a perspectiva é de que, até novembro, lancemos a consulta pública. Nós do sul global precisamos liderar os esforços visando a biodiversidade”, concluiu.
A Taxonomia Sustentável Brasileira é fundamental na estratégia de transformação da economia brasileira. Com objetivos ambientais, climáticos e sociais, ela busca impulsionar uma economia mais sustentável e equilibrada, promovendo o desenvolvimento e o bem-estar da sociedade, e está alinhada ao Pacto dos Três Poderes pela Transformação Ecológica.
Além da subsecretária, o painel também contou com a participação de Santiago Lorenzo, chefe de Mudanças Climáticas da Cepal; José Luis Ruíz, representante da Universidade de Lima, no Peru; Xinyuan Xin, pesquisadora do Instituto de Finanças e Sustentabilidade da China; Sofia Carrara, analista sênior da Climate & Company; e Franziska Schutze, pesquisadora sênior da DIW.