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Ministério da Fazenda participa no Rio de Janeiro de debates sobre Bioeconomia
Estabelecer princípios comuns para bioeconomia: esta é a missão da Iniciativa de Bioeconomia do G20 (GIB, em inglês), que está reunida no Rio de Janeiro desde a segunda-feira passada (dia 9/9) até esta quarta-feira (11/9), com participação do Ministério da Fazenda. Formalmente parte da Trilha Sherpa, sob responsabilidade do Ministério das Relações Exteriores (MRE), o grupo reúne também representantes dos Ministérios da Ciência e Tecnologia e Inovação (MCTI) e do Meio Ambiente (MMA).
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, participou da reunião e pediu que os países do G20 cheguem a um consenso em torno de “princípios de alto nível de bioeconomia”, estabelecendo uma “visão compartilhada” que gere um “novo ciclo de prosperidade e um novo padrão civilizatório” baseado no desenvolvimento sustentável e na justiça social: “Esse novo ciclo de prosperidade não pode deixar [os vulneráveis] para trás”.
“Esta reunião ocorre em um momento decisivo, em que a bioeconomia se estabelece como um caminho estratégico para o desenvolvimento sustentável. A bioeconomia representa um elemento fundamental para a redução da desigualdade e nós não temos uma linguagem unificada para ela. Um dos principais obstáculos é a ausência de diretrizes compartilhadas. Nossa proposta é que a classificação parta da biodiversidade”, disse Marina Silva.
O embaixador André Corrêa do Lago, coordenador da Iniciativa, pontuou como o debate sobre a bioeconomia faz parte do cotidiano e apresenta diversas potencialidades. Um dos exemplos trazidos por ele foi a dos biocombustíveis, em um momento em que se debate sobre sua aplicação na navegação e aviação, o que colaboraria com o combate à mudança climática.
“Nessas discussões que temos na Iniciativa, trouxemos informações atualizadas – por cientistas e por instituições. Estamos tendo um debate muito avançado. No Brasil, nós já sabemos que os biocombustíveis são uma tecnologia madura. A sustentabilidade dos biocombustíveis é um tema central”, disse.
Cristina Reis, subsecretária de Desenvolvimento Econômico Sustentável, representante do Ministério da Fazenda na Iniciativa de Bioeconomia do G20, explicou o que o grupo, que foi criado pela presidência brasileira, busca desenvolver.
“Os problemas estão diante de nós e é preciso uma resposta contundente. Estamos no momento final das discussões, construindo 10 princípios. Os países que são responsáveis por mais de 80% das emissões estão dispostos a consensuar um paradigma novo de desenvolvimento sustentável. Um caminho em que se respeitam as comunidades e se desenvolvem tecnologias de ponta. O Brasil pode construir vanguarda tecnológica nesta área, o que é extremamente importante para o desenvolvimento”, pontuou.
Uma das entregas da presidência brasileira do G20, os 10 Princípios a que Reis fez referência foram aprovados pelos integrantes da GIB nesta quarta-feira. O conjunto de Princípios sustentam, por um lado, a necessidade de uma abordagem que respeite as especificidades de cada país e, por outro, o objetivo de que a bioeconomia tenha um paradigma inclusivo e equitativo, combinando o desenvolvimento ambiental e social com vistas à eliminação da fome e da pobreza e à garantia universal de segurança alimentar.
Acesse aqui o documento do GIB que define princípios em Bioeconomia (pdf)
Proposta de forma inédita pela presidência brasileira do G20, a GIB reflete no âmbito internacional uma preocupação presente na política doméstica. O Plano de Transformação Ecológica do Ministério da Fazenda coordena um conjunto de políticas públicas e ações estratégicas distribuídas em seis eixos temáticos, sendo um destes eixos dedicado à Bioeconomia e Sistemas Agroalimentares, tendo como objetivo a sustentabilidade no uso dos recursos naturais, na produção de alimentos e nas biotecnologias.