Notícias
G20
Grupo de Trabalho de Arquitetura Financeira Internacional se reúne na Coreia
O Grupo de Trabalho da Arquitetura Financeira Internacional (IFAWG, na sigla em inglês) se reuniu na semana passada em Seul, capital da Coreia do Sul, país que coorganiza o GT, juntamente com a França. O encontro foi realizado na quinta e na sexta-feira (4 e 5/9), antecedido por um evento paralelo na quarta-feira (4/9) sobre Política Monetária e Estabilidade Financeira Internacional.
“Ao nos reunirmos para este último encontro do IFA sob a liderança do Brasil, o realizamos tendo como horizonte os objetivos enraizados em princípios há muito defendidos pelo Brasil, com senso de pragmatismo e humildade. Reconhecemos plenamente as complexidades e desafios de nossos tempos e a importância de fomentar uma colaboração que se estenda além de qualquer presidência individual do G20”, disse Antonio Freitas, subsecretário de Finanças Internacionais e Cooperação Econômica do Ministério da Fazenda, em seu discurso.
Um ponto crucial abordado durante os dias de reunião foi a proposta brasileira para a formulação de um roteiro de propostas para que os bancos multilaterais de desenvolvimento (MDBs) se aproximem e tenham sua atuação mais próxima de um sistema.
“Avançamos em todos os temas do IFA, especialmente no que diz respeito ao roadmap de reformas dos MDBs. Conseguimos praticamente chegar à versão final, que será revisada nas próximas semanas, para então ser encaminhado para a reunião ministerial de outubro”, avaliou Ivan Oliveira, subsecretário de Financiamento ao Desenvolvimento Sustentável do Ministério da Fazenda.
Oliveira destacou que o roteiro faz parte das prioridades gerais da presidência brasileira de reforma das instituições internacionais. “O roadmap é uma entrega importante da presidência brasileira e uma marca na história do IFA: ele consolida alguns anos de debates dentro do G20. Com as recomendações e um cronograma de implementação, o G20 impulsiona o sistema de bancos multilaterais para um novo patamar”, sintetizou.
No primeiro dia de reunião, o grupo discutiu temas centrais como a resiliência dos fluxos de capitais em economias emergentes e os riscos e benefícios da integração de sistemas de pagamentos rápidos.
Além disso, o encontro abordou diagnósticos e soluções para os desafios decorrentes do endividamento público, que limitam investimentos em áreas cruciais para o desenvolvimento sustentável.
“O Brasil é solidário e atuante, e tem trabalhado para construir iniciativas que permitam aliviar o peso da dívida, inclusive a dos países mais pobres, buscando soluções estruturais para países em período de reestruturação de dívida”, acrescentou Freitas.
Freitas afirmou ainda que o grupo tem buscado debater a reforma da governança dos grandes fundos financeiros globais, permitindo maior participação das economias emergentes.