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Brasil reforça multilateralismo e apoio aos países mais pobres com retorno à Associação Internacional para o Desenvolvimento
O Brasil anunciou seu retorno à Associação Internacional para o Desenvolvimento (AID), braço do Banco Mundial focado no financiamento concessional aos países mais pobres do mundo. A declaração foi feita pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante a 4ª reunião de Ministros das Finanças e presidentes de Bancos Centrais do G20, em Washington (EUA), e reafirma o compromisso com o enfrentamento das desigualdades globais e com o combate à fome, alinhado com o que é proposto pelo país na Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. O presidente do Banco Mundial já anunciou que a AID poderá financiar políticas da Aliança para o combate à fome.
O anúncio recebeu apoio de autoridades como Ajay Banga, presidente do Banco Mundial, e Janet Yellen, secretária do Tesouro dos EUA. Em seu discurso, Haddad destacou o papel do Brasil em apoiar os mais vulneráveis e fortalecer a cooperação internacional. “Ao final da Presidência brasileira do G20, à luz do compromisso inabalável do Brasil com os mais pobres e vulneráveis, com o multilateralismo, e com o combate à fome e pobreza, tenho o orgulho de anunciar que o Brasil voltará a contribuir com a AID”, disse.
O retorno do Brasil à AID também reforça a voz do país no Grupo Banco Mundial e é um passo na direção da reforma da governança global.
A AID, que é parte fundamental do Grupo Banco Mundial e foi criada em 1960, é hoje a principal fonte de financiamento para países com graves carências econômicas e sociais. A cada três anos, representantes das nações parceiras se reúnem para reabastecer os fundos e revisar as políticas da organização. A anterior reconstituição da AID 20, concluída em 2022, resultou em um pacote de US$ 93 bilhões para financiar projetos voltados ao crescimento econômico e fortalecimento da resiliência em países em desenvolvimento. Neste momento, o processo de reconstituição da AID 21 está em andamento, com um desfecho previsto para dezembro, em Seul, na Coreia do Sul.
Em seu relatório mais recente, o Banco Mundial alertou que os 26 países mais pobres do mundo estão altamente endividados e enfrentam uma vulnerabilidade crescente a desastres naturais e outros choques econômicos e ambientais. O retorno do Brasil surge em um momento crucial para esses países. “Precisamos ter a coragem de reafirmar uma visão generosa do nosso futuro comum enquanto humanidade, unindo o fim da fome e da miséria, o combate a todas as formas de exclusão social, a chance de prosperidade para todos, e o enfrentamento decidido à crise climática. O desenvolvimento de cada um deve ser visto como uma condição para o desenvolvimento de todos”, afirmou Haddad.