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Encontro virtual entre Trilha de Finanças e sociedade civil debaterá desigualdade no mundo
Uma trabalhadora padrão, da área social ou de saúde, levaria 1.200 anos para ganhar o que um dirigente de uma grande empresa ganha em um ano. Se cinco das pessoas mais ricas do mundo decidissem gastar um milhão de dólares por dia, seriam necessários 476 anos para gastar todas as suas fortunas combinadas. São dados como esses que vão subsidiar o 2º encontro do G20 Social vinculado à Trilha de Finanças, que será realizado de forma virtual nesta quinta-feira (7/3).
Com o tema Economia Global e Desigualdades, a reunião será integralmente transmitida pelo canal do YouTube do Ministério da Fazenda a partir de 8h30. “O evento virtual será voltado para a sociedade civil global. Pretendemos alcançar um público amplo e diverso que poderá acompanhar o evento pelas redes sociais”, declara Tatiana Berringer, responsável pela relação com a sociedade civil na Trilha de Finanças do G20.
O primeiro encontro deste formato ocorreu em fevereiro deste ano, em São Paulo, e teve como público a sociedade civil brasileira. Para a próxima edição, nesta quinta-feira (7/3), houve inscrição prévia de organizações da sociedade civil de diversas partes do mundo. As organizações submeteram policy briefs (documentos sobre questões atuais, para enriquecer as discussões) que foram selecionados para garantir o direito à fala nas sessões de debate. A sociedade civil terá voz durante as mesas para apresentar diagnósticos e propostas.
As reuniões da sociedade civil com a Trilha de Finanças atendem a uma diretiva geral da presidência brasileira do G20 para que a participação social seja uma das prioridades na dinâmica dos debates ao longo de 2024.
Desigualdade
Um dos temas prioritários do Brasil, a desigualdade será debatida no encontro virtual tendo como um dos seus principais subsídios o relatório Inequality Inc. [Desigualdade S.A., em livre adaptação para o português], produzido pela Oxfam Internacional.
O documento traça um diagnóstico a respeito da atuação das grandes corporações no incremento da desigualdade em todo o mundo. O relatório apresenta dados sobre concentração de mercados e como executivos de grandes empresas internacionais concentram boa parte da riqueza acumulada no mundo.
De forma sintomática, a Oxfam indica que as cinco pessoas mais ricas do mundo dobraram sua riqueza desde 2020, enquanto cinco bilhões de pessoas se tornaram mais pobres no mesmo período.
Além do levantamento da Oxfam, o encontro “Economia Global e Desigualdade” também levará em conta documentos de diagnóstico produzidos por mais de 30 entidades da sociedade civil, brasileiras e estrangeiras. Estão inscritas para contribuir com o debate proposto pela Trilha financeira organizações de quatro dos cinco continentes.