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Evento discute medidas para o acesso da população mundial à alimentação saudável
O coordenador da Força-Tarefa para Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, da Trilha de Finanças do G20, Thiago Lima, ressaltou o trabalho do Brasil na presidência do grupo com a meta de reduzir os índices globais de desigualdade. Ele participou nesta quinta-feira (16/5), em São Paulo, do seminário internacional “Enfrentando a monotonia do sistema alimentar: Oportunidades de ações nas iniciativas da Presidência Brasileira do G20”, promovido pelo Instituto Comida do Amanhã, com participação de representantes do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia – Combate à Fome, do Instituto de Defesa do Consumidor, da Cátedra Josué de Castro de Sistemas Alimentares e do Instituto Fome Zero.
“O Brasil em sua presidência do G20 está focado em promover a transição de energia e desenvolvimento sustentável, a reforma da governança global e a luta contra a fome e a pobreza”, observou Lima. “Esses três objetivos englobam a meta principal, que é a redução da desigualdade.”
De acordo com Lima, para promover uma alimentação mais saudável e acessível para a população mundial, o Brasil reconhece que são necessárias algumas condições estruturais.
“Precisamos aumentar o espaço fiscal, que facilitará a implementação de políticas públicas. Precisamos fortalecer a produtividade e a criatividade da mão de obra e, principalmente, aumentar o consumo familiar, estimulando o crescimento econômico”, explicou o coordenador.
Entre as ações prioritárias para possibilitar os avanços, segundo Lima, estão a tributação de bilionários com uma possível redistribuição de receitas para programas sociais e desenvolvimento, a realocação de direitos especiais e saque do Fundo Monetário Internacional (FMI), a reforma dos bancos multilaterais promovendo captação de recursos e política de financiamento voltadas ao combate da fome e pobreza, a disponibilidade de recursos para cooperação internacional, além da negociação da finança sustentável que permita enfrentar os desafios climáticos urgentes ao promover uma estrutura robusta para auxiliar as transições locais, nacionais e regionais, fundamentais contra as mudanças climáticas.
“O Brasil está caminhando nessa direção. Podemos observar as reformas lideradas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Essas reformas pretendem recalibrar os incentivos econômicos para uma alimentação mais saudável. Entre algumas das ações está a redução de impostos sobre alimentos básicos, que permite um maior acesso a alimentos frescos e naturais para a população. Uma alimentação mais saudável pode auxiliar contra as mudanças climáticas, na redução de custos com saúde e previdência a longo prazo e na melhora da qualidade de vida”, disse Thiago Lima.
Um dos passos da presidência brasileira do G20 é a criação da Força-Tarefa para a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, iniciativa com objetivo de atrair recursos e obter conhecimento para a implementação de políticas públicas e tecnologias sociais para promover a segurança alimentar e reduzir desigualdades sociais.
“A criação da Aliança Global é fundamental para alcançarmos as metas de desenvolvimento sustentável, sem deixar ninguém para trás. Por isso, necessitamos da qualidade e da quantidade de apoio dos membros”, concluiu o coordenador da Força-Tarefa.