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Presidência brasileira do G20 abre oportunidade para contribuições da África
Nesta terça-feira (11/6), a Universidade de Fortaleza recebeu o evento paralelo da Trilha de Finanças do G20 “Africa-led debate on debt and development financing” [Debate liderado pela África sobre dívida e financiamento do desenvolvimento, em português], iniciativa inédita na história do Grupo dos 20. Conduzido por países africanos, o debate fez parte da programação da 3ª Reunião do Grupo de Trabalho de Arquitetura Financeira (IFA, em inglês), e contou com a participação de especialistas no tema vindos do continente.
“Foi proposto um debate dentro da programação da reunião do grupo de trabalho que desse voz aos países africanos. O objetivo foi tratar de soluções inovadoras, que pudessem ser construídas de maneira conjunta pelos países do G20 sobre a dívida, um fator que impacta o desenvolvimento e a capacidade econômica desses países”, explicou Mariana Davi, representante da Trilha de Finanças do G20.
Ela pontuou ainda que o tema vem sendo tratado como um dos eixos prioritários da agenda brasileira para a Trilha de Finanças do G20. “A presidência brasileira vem pautando isso. Algumas de nossas proposições estão vinculadas a uma maior participação e representatividade dos países africanos nos organismos financeiros internacionais, numa tentativa de que os bancos multilaterais de desenvolvimento também possam ser mais atuantes na construção de soluções para as dívidas dos países africanos”, afirmou. “Esperamos que nas reuniões finais do IFA seja possível construir um consenso em torno de perspectivas e propostas como essas”.
Olivier Pognon, CEO do Mecanismo Africano de Apoio Jurídico, destacou que o evento serviu para que as posições dos países do continente pudessem avançar: “São 54 países com especificidades e com questões bem diferentes. Então um erro muito comum é tomar a África como algo único, desconsiderando a singularidade dos casos. O que nós estamos tentando atingir aqui com esse encontro é uma convergência de movimento, ou seja, levar a um patamar mais detalhado o entendimento para que haja mais harmonia entre os países do continente africano”.
Outro ponto destacado por Pognon foi o fato de que o continente africano é bastante afetado pelos efeitos das mudanças climáticas, elemento que se relaciona com os debates do G20 sobre a necessidade de melhorias no sistema financeiro internacional.
“É por isso que nós temos que rever a arquitetura internacional de financiamento. Para que nós possamos obter mais empréstimos concessionais e tenhamos mais oportunidades de acesso a fundos, com capacidade de atender a todos”, concluiu.
A 3ª Reunião do IFA será encerrada nesta quarta-feira (12/5). Existe a previsão de um briefing à imprensa feito pela coordenadora da Trilha de Finanças do G20 e secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, embaixadora Tatiana Rosito.