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Belém recebe terceira reunião do GT de Finanças Sustentáveis
Cintia Azevedo, do Banco Central, Ivan Oliveira e Lívia Oliveira, representantes do Ministério da Fazenda destacaram os avanços da presidência brasileira em Finanças Sustentáveis. Foto: Marcelo Lelis/Ag Pará
O Grupo de Trabalho de Finanças Sustentáveis (SFWG, na sigla em inglês) da Trilha de Finanças do G20 realiza sua terceira reunião sob presidência brasileira nesta terça (9/7) e quarta-feira (10/7).
“Aqui em Belém teremos o que é de mais substantivo, já seguindo para última reunião com algo muito bem estruturado. Falaremos da facilitação de acesso a recursos públicos que estão em fundos climáticos e ambientais. O que queremos é fazer com que Belém e outras cidades acessem recursos para financiar projetos de transição”, declarou Ivan Oliveira, subsecretário de Financiamento ao Desenvolvimento Sustentável da Fazenda e coordenador do SFWG.
O subsecretário afirmou que há um forte consenso entre os membros do SFWG para apresentar “soluções muito claras, que chegarão às pessoas nos próximos anos”. Segundo Oliveira, há um senso e uma convergência em torno da ideia de que as entregas sejam efetivas. "Falaremos da facilitação de acesso a recursos públicos que estão em fundos climáticos e ambientais. O que queremos é fazer com que as cidades acessem recursos para financiar projetos de transição”.
Oliveira apontou que os trabalhos do SFWG seguiram a orientação geral estabelecida pela presidência brasileira do G20 em estabelecer uma “conexão entre justiça social, desenvolvimento e o combate às mudanças climáticas”.
“Em geral, o impacto das mudanças climáticas afeta mais aqueles que são menos assistidos. Em uma sociedade desigual como a nossa, é essencial ter isso em mente. Não basta reduzir carbono, não basta manter a floresta em pé. É preciso também manter bem as pessoas que vivem na e da floresta, em um processo de desenvolvimento integrado à natureza”, pontuou.
O governo brasileiro já tem trabalhado nesse sentido. Após duas captações no exterior no valor total de R$ 20 bilhões, com os Títulos Soberanos Sustentáveis, o Ministério da Fazenda (MF) aportou esses recursos no Fundo do Clima. Eles vão financiar projetos, estudos e empreendimentos dedicados à redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE) e à adaptação aos efeitos da mudança do clima. A ação é uma de mais de cem políticas públicas que compõem o Plano de Transformação Ecológica do Ministério da Fazenda.
Resultados
Após a conclusão da terceira reunião do SFWG, Ivan Oliveira relatou que houve avanços nos debates em torno das prioridades estabelecidas pela presidência brasileira.
“Podemos dizer que avançamos em todas as prioridades”, disse. Em relação à primeira, a facilitação do acesso aos ufos climáticos, houve a primeira apresentação de um relatório de especialistas com um diagnóstico do funcionamento dos principais fundos e sugestões de melhorias. Já sobre a elaboração de planos de transição que sejam justos, o grupo também estabeleceu avanços sobre recomendações que devem constar do relatório final do SFWG.
Cintia Azevedo, do Banco Central, relatou a evolução dos debates sobre a certificação de práticas sustentáveis de empresas. “Temos um processo de negociação com os membros, mas estamos muito felizes com o retorno dos países”.
Lívia Oliveira, do Ministério da Fazenda, abordou as atividades da reunião em relação à quarta prioridade: as soluções baseadas na natureza.
“Solução baseada na natureza são aquelas que empregam, para fazer frente à mudança climática, a natureza em conexão com conhecimentos tradicionais. Tivemos debates técnicos e apresentação de exemplos concretos”, pontuou.
O encontro antecede a reunião da Força-Tarefa da Mobilização Global contra a Mudança Climática, lançada pelo Brasil e que une a Trilha Sherpa e a Trilha de Finanças do G20. A Força-Tarefa se encontrará nos próximos dias 11 e 12, também em Belém.