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Representantes do GT de Arquitetura Financeira Internacional fazem balanço da primeira reunião
O coordenador do Grupo de Trabalho de Arquitetura Financeira Internacional (IFA), Felipe Antunes, apresentou à imprensa, nesta quinta-feira (25/1) um balanço da primeira reunião do Grupo, que aconteceu na quarta e quinta-feira (24 e 25/1), de forma virtual, a partir de Brasília. A coordenadora-geral para reforma dos Bancos Multilaterais de Desenvolvimento na Presidência do G20 do Ministério da Fazenda, Karin Vazquez, e o chefe da Consultoria de Relações com Organismos Internacionais do Banco Central, Paulo Mamede, também apresentaram o andamento de suas áreas.
Segundo Antunes, as propostas brasileiras foram bem acolhidas pelos países do G20. O objetivo é trabalhar para uma arquitetura financeira internacional que atenda às necessidades do sul global, dos países em desenvolvimento. “E essa é uma grande oportunidade que o Brasil tem em sua presidência”, acrescentou Antunes.
Especificamente com relação à agenda de dívida global, uma das prioridades do IFA, o grupo avalia que há chance de obter avanços importantes. “Os países do Sul global têm apoiado as propostas apresentadas”, disse Antunes. “É uma discussão difícil, envolve interesse de diversos países e a contribuição que o Brasil pode dar é um enfoque que valorize a participação dos países devedores.”
O grupo conseguiu consenso para a realização de um evento sobre dívida, previsto para o meio do ano, em que será dado destaque a países africanos para que possam pautar o tema a partir de sua perspectiva.
Outra estratégia de combate à desigualdade pelo grupo é a avaliação dos impactos macrofinanceiros na integração transfronteiriça dos sistemas de pagamento, incluindo iniciativas de moedas digitais, concomitantemente à avaliação dos fluxos de capitais. O grupo já começou a fazer uma avaliação dos fatores estruturais que garantem o fluxo de capitais entre países, principalmente entre países emergentes e em desenvolvimento. “Um fluxo financeiro resiliente e estável diminui a volatilidade, auxiliando no controle da inflação e desenvolvimento, o que ajuda a combater a desigualdade”, avaliou Mamede.
Bancos Multilaterais de Desenvolvimento
O segundo dia de reunião do grupo foi dedicado à agenda de Bancos Multilaterais de Desenvolvimento (MDBs). A sessão dedicada ao tema é uma das inovações da presidência brasileira, que também trouxe o grupo de presidentes desses bancos para as mesas de discussão. “Essa colaboração é uma novidade da nossa presidência e nos ajuda no desenvolvimento de um plano de ação dessa reforma ambiciosa, que resulte em um processo colaborativo e inclusivo”, afirmou Karin Vazquez.
Participaram do encontro 160 representantes do G20 e especialistas internacionais, incluindo 12 MDBs e instituições financeiras internacionais.
O Grupo de Trabalho de Arquitetura Financeira Internacional
Expressão do trabalho colaborativo entre Ministério da Fazenda e Banco Central, o IFA busca, alinhado às prioridades da presidência brasileira do G20, tornar a rede de segurança financeira global mais representativa e resiliente. Além disso, trata a questão da dívida soberana com a participação dos países endividados e identifica vulnerabilidades que emergem da integração transfronteiriça de sistemas de pagamento. O objetivo final do grupo é preservar a Estabilidade Financeira Internacional.
Os pilares de trabalho do grupo são tornar os bancos multilaterais de desenvolvimento melhores, maiores e mais eficazes; fortalecer a rede de segurança financeira global, para que seja mais eficaz, representativa e resiliente; dar tratamento à questão da dívida soberana com a participação dos países endividados; e identificar e abordar vulnerabilidades que emergem da integração dos sistemas de pagamento.
Por meio do trabalho desenvolvido de forma técnica no GT, é possível dar mais condições para combater a fome, a pobreza e a desigualdade, além de dar condição de uma maneira mais concreta às reformas da governança global que abordam questões dos MDBs e reformas pertinentes ao Fundo Monetário Internacional (FMI).