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Desigualdade estará no centro das discussões dos ministros e presidentes de bancos centrais, diz Rosito
A embaixadora Tatiana Rosito, coordenadora da Trilha de Finanças do G20 e secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, anunciou em um briefing a jornalistas na manhã desta quarta-feira (28/2) a conclusão das reuniões dos deputies das equipes econômicas dos países membros do G20. O encontro, realizado no Pavilhão da Bienal, no Parque Ibirapuera, em São Paulo (SP), teve como uma de suas entregas a finalização de proposta de comunicado focado em questões econômicas globais. O documento será apresentado para deliberação nas reuniões marcadas para esta quarta e quinta-feira (28 e 29/2).
Um dos destaques da fala da coordenadora foi o apoio por parte das delegações às propostas brasileiras apresentadas em dezembro. "Foi importante para nós ouvirmos o apoio às agendas. [...] Saímos satisfeitos dessa reunião que transcorreu em clima bastante positivo”, afirmou, destacando que agora a discussão deve avançar a partir dos caminhos definidos neste momento.
Tatiana Rosito também enfatizou um acontecimento inédito que transcorreu paralelamente às discussões formais: uma reunião informal entre representantes de economias emergentes e desenvolvidas. Esse encontro, segundo a secretária, simboliza um marco importante para o G20, evidenciando o potencial de diálogo e troca de ideias fora do contexto formal das reuniões, o que pode enriquecer ainda mais as deliberações do grupo.
Adicionalmente, a coordenadora enfatizou a importância das reuniões ministeriais. Elas devem abordar, além das questões econômicas globais, temas cruciais como desigualdades sociais, políticas macroeconômicas e cooperação internacional. A expectativa é que essas discussões alavanquem iniciativas concretas, refletindo o compromisso do G20 com o crescimento sustentável e equilibrado, a inclusão financeira e a resposta coordenada aos desafios econômicos contemporâneos.
“O nosso objetivo é colocar o tema das desigualdades no centro da agenda global e de políticas econômicas. Temos uma motivação importante que advém do próprio fato de que as desigualdades cresceram muito nas últimas duas décadas. As desigualdades globais de renda se encontram mais ou menos no mesmo nível que no início do século XX, com grande concentração de renda e também de riqueza com algumas implicações para a economia”, disse Rosito.
Segundo a coordenadora da Trilha de Finanças, os membros têm sido convidados a refletir sobre as implicações das desigualdades e quais as políticas bem sucedidas para tratar do tema. “É bastante importante não só discutir a desigualdade de renda, mas o impacto de outras desigualdades, como de gênero e raça”, completou.
O debate, disse Rosito, deve explorar o variado impacto que as questões têm na formulação de políticas nacionais, reconhecendo a necessidade de compreender mais profundamente essas disparidades em números. Para a secretária, entender melhor essas questões é instrumento crucial para a redução das desigualdades e para o fomento do desenvolvimento econômico.
A coordenadora da Trilha de Finanças também falou sobre a tradicional sessão sobre economia global que deverá ocorrer ao longo da reunião de ministros e presidentes de banco centrais. O debate contará também com a participação de organizações internacionais que ajudarão a discutir sobre diversos temas. “Cada um vai compartilhar a sua visão dos desenvolvimentos recentes, das perspectivas para economia em termos de crescimento, inflação, emprego e taxa de juros. Esse grupo pode ampliar a sua coordenação e cooperação para impulsionar o crescimento forte sustentável equilibrado”, explicou Rosito.
Assista ao briefing aos jornalistas da embaixadora Tatiana Rosito, coordenadora da Trilha de Finanças do G20