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TRANSFORMAÇÃO ECOLÓGICA
Plano de Transformação Ecológica será cartão de visitas para Brasil na COP30
Com sua matriz energética e elétrica renovável, o Brasil está bem-posicionado para ter um selo verde em sua economia, oferecer produtos sustentáveis ao mercado global e, principalmente, atrair investimentos de empresas do mundo inteiro que precisam se descarbonizar. Essa é a premissa do Plano de Transformação Ecológica, afirmou a gerente de Projetos da Secretaria Executiva do Ministério da Fazenda, Carina Vitral, na terça-feira (3/12), durante o Fórum Especial BandNews: Mudanças Climáticas. Promovido pelo grupo Bandnews, o evento ocorre em São Paulo com transmissão ao vivo pelos canais da emissora no Youtube.
Vitral participou do painel sobre as perspectivas futuras e iniciativas para redução dos impactos das mudanças climáticas, ao lado do coordenador de Transição Energética da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Ricardo Rosário, e do professor Gustavo León, da Escola de Negócios e Seguros. Ela explicou que um dos principais eixos do Plano de Transformação Ecológica é o das finanças sustentáveis. Carina Vitral ressaltou a importância do Eco Invest Brasil, programa de atração do investimento estrangeiro em projetos sustentáveis que alavancou R$ 45 bilhões em seu primeiro leilão este ano.
O Plano de Transformação Ecológica conta com políticas públicas e ações estratégicas distribuídas em seis eixos temáticos. Ele constrói ferramentas para que a indústria; a agricultura; a energia; as finanças e a sociedade como um todo sejam impulsionadas a um novo patamar de desenvolvimento sustentável e tecnológico, gerando melhores empregos e distribuição de renda mais justa para a população.
A aprovação no Congresso Nacional do marco regulatório para o mercado de carbono também foi comentada pelos debatedores como um avanço significativo para o Brasil em relação à questão climática. “Por um lado, estabelecemos metas de redução de emissões de gases de efeito estufa para os grandes emissores. E, por outro, criamos um mercado voluntário para comercialização de créditos de carbono”, explicou Vitral.
Ricardo Rosário destacou as iniciativas do agronegócio para a transição energética – como a produção de biogás e biometano – e para a geração de créditos de carbono – por meio de culturas perenes, por exemplo. “O desafio é comunicar essas iniciativas e mostrar que o agro não é um vilão”, concluiu.
A área da comunicação também foi mencionada pelo professor Gustavo León como um desafio para o setor de seguros. “É um setor ainda distante da sociedade. Falta uma educação em seguros”, ponderou. Segundo León, quase todos os seguros podem ter coberturas para danos causados por catástrofes decorrentes de mudanças climáticas: “Só depende da contratação e, muitas vezes, as pessoas não sabem disso”, disse.
COP30
Os debatedores acreditam que a COP30 – próxima Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, em 2025, em Belém (PA) – pode trazer oportunidade para diversos setores apresentarem seus projetos visando à preservação ambiental ou à redução do impacto das mudanças no clima.
Para Carina Vitral, “o Brasil recebe o evento com muita autoridade”, pois, além da sua matriz energética renovável, o país tem sido protagonista de negociações globais em torno da questão ambiental há pelo menos três décadas – desde a ECO 92. “E nós podemos ter orgulho do que foi feito até aqui: o financiamento do BNDES – um banco público – para a transição energética, a RenovaBio (Política Nacional de Biocombustíveis), o ProInfra (Programa de Incentivo às Fontes Alternativas), enfim, uma série de políticas públicas que nos fizeram chegar ao momento atual em uma boa posição”.
O Plano de Transformação Ecológica, na visão da assessora, coroa essas iniciativas: “Será o cartão de visitas para o Brasil dizer a todos, na COP30, que, com criatividade, decisão, firmeza, é possível fazer um mundo mais sustentável”, ressaltou.