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TRANSFORMAÇÃO ECOLÓGICA
Planejamento sustentável integrado com inovação vai revitalizar setores chaves da economia
O assessor especial do Ministério da Fazenda Rafael Dubeux esboçou nesta terça-feira (17/10), durante o 1° Seminário Nacional de Política Industrial, na Câmara dos Deputados, as diretrizes para tornar o Brasil mais produtivo e sustentável. Integrar inovação com a sustentabilidade é a orientação principal do Plano de Transformação Ecológica, que promete posicionar o Brasil na vanguarda da sustentabilidade no mundo. Com seis pilares estratégicos — finanças sustentáveis, adensamento tecnológico do setor produtivo, bioeconomia, transição energética, economia circular e adaptação à mudança do clima — o plano, diz Dubeux, busca uma revolução tanto ecológica quanto produtiva.
“A gente precisa, diferentemente de outros países, não apenas descarbonizar a nossa economia. Para além disso, a gente precisa aproveitar a oportunidade para promover um adensamento tecnológico do setor produtivo brasileiro”, explicou.
Segundo Dubeux, um dos eixos do plano prevê a reestruturação dos fundos de pesquisa e a integração academia-indústria, com o intuito de impulsionar setores chave da economia, desde a indústria até a agropecuária. Esse movimento busca não apenas estimular o avanço tecnológico, mas também estabelecer uma relação mais sinérgica entre teoria e prática com foco na mitigação dos problemas climáticos e preservação do meio-ambiente.
“Existe uma agenda ampla de resenho dos fundos de pesquisa do Brasil para que eles sejam estruturados em torno de missões claras, integração das universidades com o setor produtivo e foco em atividades ligadas a descarbonização”, explicou Dubeux.
Encomendas tecnológicas
Sob a liderança do Ministério da Fazenda e com o apoio de diversas outras pastas do governo, o plano propõe a utilização de encomendas tecnológicas para direcionar as pesquisas às demandas mais emergentes. Esta abordagem prevê o estabelecimento de Núcleos de Inovação Tecnológica nas universidades e a capacitação de profissionais de alta qualificação.
Em relação às finanças sustentáveis, Dubeux destacou a necessidade de o país canalizar seus recursos para ações favoráveis ao meio ambiente, ressaltando iniciativas como o mercado regulado de carbono, a emissão de títulos soberanos sustentáveis, uma taxonomia nacional sustentável e o aprimoramento do Fundo Clima.
“Em síntese [o eixo de finanças] é como a gente canaliza recursos não só públicos mas também privados para atividades sustentáveis e desestimula atividades que são prejudiciais ao meio ambiente. Para isso a gente envolve a criação do mercado regulável de carbono, a emissão de títulos soberanos sustentáveis, o imposto seletivo que tá na reforma tributária, taxonomia entre outros temas”, disse Dubeux.
Durante o seminário, o assessor especial também reforçou a necessidade de valorização das florestas. “O desafio aqui é de que maneira a gente faz com que a floresta em pé efetivamente seja mais valiosa do que derrubada, porque essa é uma aspiração de todo mundo, mas muitas vezes isso não fica claro”, afirmou.
Em relação à matriz energética, o Brasil, de acordo com Dubeux, possui uma oportunidade singular, dada a sua base limpa e a possibilidade de expansão do hidrogênio de baixo carbono e do combustível de aviação sustentável (SAF). “O Brasil tem potencial enorme nessa área não só por já ter uma matriz elétrica limpa quando comparado com qualquer outra grande nação do planeta, mas pelo potencial enorme que a gente tem de expandir a produção de fontes renováveis”, disse o assessor especial.
A economia circular, visando um uso mais consciente dos recursos naturais, e as estratégias de adaptação às mudanças climáticas, foram outros temas abordados por Dubeux, que culminou seu discurso com uma visão otimista sobre o futuro produtivo e ecológico do Brasil. De acordo com Dubeux, o plano é o caminho que promete transformar a economia brasileira e posicioná-la como líder em sustentabilidade no cenário global.
“O plano está diretamente ligado a esses desafios de incorporação de tecnologia para que a gente promova o desenvolvimento regional e, portanto, tenha um ganho de produtividade e renda para a população brasileira”, concluiu.