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TRANSFORMAÇÃO ECOLÓGICA
Haddad e Marina Silva dialogam com ONGs e movimentos sociais sobre Plano para a Transformação Ecológica
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e Marina Silva, titular da pasta do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, dialogaram sobre o Plano para a Transformação Ecológica com movimentos sociais e organizações não governamentais, nesta sexta-feira (17/11), em São Paulo (SP). O encontro foi realizado no Teatro Cásper Líbero.
O plano, considerado um marco na política ambiental e econômica do país, visa promover um futuro mais sustentável, abordando temas críticos que foram debatidos na reunião, como bioeconomia, transição energética, economia circular, adensamento tecnológico, finanças sustentáveis, desenvolvimento de nova infraestrutura verde e adaptação.
Nas discussões sobre diretrizes para um futuro mais sustentável, Haddad enfatizou a importância de integrar sustentabilidade e inovação nas políticas econômicas, enquanto Marina destacou a urgência de ações climáticas e a necessidade de uma transição energética responsável. Ambos os ministros ressaltaram a relevância do engajamento de diferentes setores da sociedade nesse processo.
O ministro da Fazenda trouxe uma reflexão sobre a necessidade de redefinir o conceito de progresso. Para ele, é preciso considerar as externalidades, ou impactos indiretos, como o caso do aquecimento global. Segundo Haddad, é importante considerar os riscos e desafios ecológicos para a sobrevivência humana e de outras espécies, além de conscientizar a população sobre os desafios emergentes e a necessidade de uma ação coletiva para enfrentá-los.
“Nós vamos precisar ter muita sabedoria para conduzir este processo [redução de danos das mudanças climáticas]. A primeira coisa que acontece é a quebra de safra e o impacto no emprego”, disse o ministro, completando que o Plano para a Transformação Ecológica olha para este cenário e tenta traçar estratégias para colocar o país em linha com medidas que ajudem o mundo a lidar com as consequências e impulsionar a economia do país.
Participação popular
Os representantes dos movimentos sociais e ONGs presentes tiveram a oportunidade de expressar suas opiniões na formulação e implementação de políticas ambientais. A ministra Marina Silva reconheceu a importância da participação popular dizendo ser “impossível cuidar do 8,5 milhões de km² sem a participação social”. “A dimensão do controle e da participação social é fundamental. É impossível, somente a partir do Estado, cuidar das riquezas e das belezas do Brasil, sem a participação da população”, afirmou a ministra.
Segundo Marina, para conseguir avançar na agenda de enfrentamento à emergência climática, é preciso, sobretudo, garantir uma política ambiental transversal. O Plano para a Transformação Ecológica, de acordo com a ministra, é uma estratégia pensada de maneira conjunta e interministerial. “A política ambiental não tem como ser setorial. Se for está condenada ao fracasso”, defendeu Marina Silva.
Cooperação interministerial
Na mesma linha, mais cedo, Rafael Dubeux, assessor especial do Ministério da Fazenda, e Ana Toni, secretária de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente, participaram da rodada de conversa com os movimentos sociais e Organizações Não Governamentais. Ambos enfatizaram a importância da colaboração entre governo, sociedade civil e setor privado na implementação efetiva do Plano para a Transformação Ecológica, visando um futuro mais sustentável e inovador para o Brasil
Eles destacaram a parceria entre os ministérios para a construção do Plano para a Transformação Ecológica. De acordo com Ana Toni, a atualização da Política Nacional sobre Mudança do Clima está em acordo com o Plano para a Transformação Ecológica. “O plano está totalmente afinado com a política. Os dois Ministérios estão trabalhando muito juntos. Os timings e as ênfases são um pouco diferentes, mas estamos totalmente afinados”, disse.
A secretária de Mudanças Climáticas também ressaltou a queda consistente nos indicadores de desmatamento — um dos principais problemas ecológicos causadores das mudanças climáticas no Brasil. “Só de desmatamento reduzido equivale a uma Espanha a menos em emissão carbono”, exemplificou Ana Toni.
O assessor especial do Ministério da Fazenda, por sua vez, detalhou todos os eixos basilares do programa para as ONGs e os movimentos sociais. De acordo com Dubeux, o plano continua em construção e encontros com a sociedade civil são fundamentais. As contribuições vão ajudar a responder, de maneira precisa, os problemas emergentes ocasionados especialmente pelo aumento da temperatura na Terra e pela alta na emissão de gases do efeito estufa, especialmente aqueles vindos da queima de combustíveis fósseis. “O plano está longe de estar acabado. Estamos absolutamente abertos para complementar e este dialogo é absolutamente fundamental”, afirmou Dubeux.