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AGENDA ECOLÓGICA
Fazenda vai apresentar plano para Brasil liderar corrida global na transição energética
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, delineou uma série de medidas que o governo planeja implementar no segundo semestre deste ano, com foco em uma transição ecológica. Ele participou nessa quinta-feira (18/5) do programa Caminhos, apresentado pelo empresário Abílio Diniz, e exibido pela CNN Brasil. Durante a entrevista, Haddad afirmou: “Após passar essa agenda de arrumar o orçamento, Reforma Tributária, marco fiscal e reonerações, vamos entrar em uma agenda no segundo semestre de médio e longo prazo, sobretudo na transição ecológica.”
As medidas fazem parte de um plano estratégico para posicionar o Brasil como um líder global em energia limpa e tecnologia verde. "Vamos anunciar para o mundo o que o Brasil pretende. Qual é a parcela que compete ao Brasil no desenvolvimento global e como queremos ser reconhecidos no mundo", disse.
A transição ecológica pode proporcionar benefícios econômicos significativos para a população como a criação de novos empregos, promoção a inovação e aumento da competitividade do Brasil no cenário global. O plano, em outras palavras, pode servir como um motor de crescimento econômico sustentável, inclusivo e resiliente, beneficiando a população em múltiplas frentes.
Para Haddad, o Brasil tem vantagens competitivas relevantes a oferecer ao planeta nesta transição: "A matriz energética mais limpa do mundo, o domínio de tecnologias importantes na área de energia [...] Nossas vantagens competitivas são extraordinárias", enfatizou.
O plano inclui um conjunto de 100 ações organizadas em seis eixos estratégicos. As diretrizes serão apresentadas ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, para implementação em etapas. Segundo Haddad, o objetivo é o de “completar um ciclo pleno de medidas voltadas para a transição ecológica até o final do governo”.
O ministro acredita que estas iniciativas têm o potencial de atrair atenção e investimentos internacionais. A medida faz parte de um esforço maior para combater as mudanças climáticas e promover o desenvolvimento sustentável, à medida que o Brasil busca desempenhar um papel mais proeminente no cenário global.
Reformas estruturais
Durante a entrevista, Haddad falou sobre outros temas relevantes entre eles o novo Regime Fiscal Sustentável e a Reforma Tributária, ambas matérias em discussão no Congresso Nacional. O ministro se mostrou otimista em relação à aprovação das medidas que, juntas, têm potencial de destravar a economia do Brasil.
Haddad reiterou a necessidade de revisar os gastos tributários para atingir a meta de zerar o déficit primário e, a partir do próximo ano, trabalhar em uma margem superavitária e, consequentemente, derrubar a taxa básica de juros. O gasto tributário, disse o ministro, está na casa dos 6% do PIB. “Estamos prevendo rever um quarto do gasto tributário, que equivale a 1,5% do PIB. Com isso podemos atingir a meta pretendida [dentro do Regime Fiscal Sustentável]”, disse.
Na esteira das reformas estruturais capazes de impulsionar a economia, para distribuir renda e gerar empregos, Haddad também falou sobre a Reforma Tributária. Para o ministro, o debate está maduro e, diferentemente de anos anteriores, deve avançar dentro do Congresso Nacional.
Segundo ele, o grande benefício da Reforma será “trazer as pessoas para a base tributária sem ter que mexer na alíquota”. A aprovação da matéria vai beneficiar as camadas mais desfavorecidas da sociedade, disse Haddad.
“A grande vantagem do IVA, o Imposto sobre o Valor Adicionado, é que ele encadeia os setores da economia de uma tal maneira que, para ser creditado um depende da nota do outro. Então você promove o aumento da base que vai favorecer a indústria, as exportações e as camadas mais pobres da população, que consome produtos hoje super tributados em relação ao consumo dos ricos”, disse, durante a entrevista.