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Na França, ministro da Fazenda destaca compromissos e capacidades da agenda ambiental brasileira
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, segue em Paris, onde participa da cúpula sobre Novo Pacto de Financiamento Global. O evento, promovido pelo presidente francês Emmanuel Macron, tem por objetivo debater formas de tornar o sistema financeiro mais internacional, mais responsável, justo e inclusivo no combate às desigualdades e para financiar a transição climática.
Em coletiva de imprensa concedida nesta quinta-feira (22/6), em Paris, Haddad ressaltou a importância da presença do presidente Lula no exterior, como símbolo do combate a fome no mundo, e reafirmou o papel decisivo do Brasil para o meio ambiente. “O Brasil tem tecnologia e é um campo de oportunidades para agenda ambiental. Temos hidrogênio verde, biocombustível, energia eólica e solar. Temos as melhores condições de oferecer para o mundo, que está em busca de diversificação de investimentos, um local seguro para investir do ponto de vista jurídico, democrático e social”, afirmou.
Temos as melhores condições de oferecer para o mundo, que está em busca de diversificação de investimentos, um local seguro para investir do ponto de vista jurídico, democrático e social", Fernando Haddad
O ministro mencionou que a Reforma Tributária, que será apresentada para aprovação no Congresso Nacional, é elemento central para a segurança que o país quer oferecer aos investidores estrangeiros. E lembrou que, a partir de agosto, o Ministério da Fazenda vai lançar medidas sobre transição ecológica.
“Não é verdade que temos um empresariado agrário que não tenha interesse na agenda ambiental. Eles sabem que as exportações brasileiras estarão cada vez mais condicionadas a maneira como o país produz. Como Estado, temos que oferecer aos produtores brasileiros caminhos para enfrentar a crise ecológica que o mundo que está vivendo. Temos que fazer nossa parte e questionar. Qual a agricultura de amanhã? Qual a pecuária do amanhã? E qual a indústria do amanhã? Por isso que se fala muito em neoindustrialização e não em reindustrialização. Precisamos de algo novo”, ponderou.
Haddad também demonstrou estar otimista sobre a aprovação do acordo do Mercosul e avaliou que a agenda mundial precisa mudar de direção e tratar do que interessa mais a humanidade: paz, democracia, combate à fome e desigualdade, democratização das oportunidades econômicas e acesso à educação de qualidade.
Ainda na entrevista, o ministro comentou a mais recente decisão do Banco Central de não baixar as taxas de juros no país. Para ele, há um descompasso entre o que está acontecendo no Brasil com o dólar, a curva de juros e a atividade econômica, e essa atitude. “Estamos fazendo um esforço gigantesco de reversão de expectativas, desde o começo do ano. Começamos o governo resolvendo a PEC da transição; fim de fevereiro veio a reoneração do combustível; depois tratamos do arcabouço fiscal, que já está aprovado; e hoje os governadores estão reunidos para debater a Reforma Tributária. O que estamos esperando? Nós estamos contratando um problema futuro com esse taxa de juros. É isso que essa decisão significa”, avaliou.