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REFORMA TRIBUTÁRIA
Haddad destaca compromisso do governo federal com as agendas fiscal, de crédito e regulatória
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reafirmou nesta segunda-feira (30/1) o compromisso do governo federal com as agendas fiscal, de crédito e regulatória. Sobre esta última, ressaltou que o foco é a reindustrialização do país. Haddad participou da reunião da diretoria da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), onde dialogou com lideranças empresariais. “Penso que o interesse do mundo no Brasil será crescente se acertarmos o passo dessas três grandes agendas”, afirmou.
“O interesse no Brasil voltou como há muito tempo não se via. Temos oportunidade de fazer as coisas bem-feitas, atraindo a atenção para o país”, disse o ministro, que citou sua participação em agendas internacionais em janeiro acompanhando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Egito, na Argentina e no Uruguai. “Por tudo o que tenho visto, interna e externamente, vejo uma oportunidade se abrir para o país”.
Essas possibilidades, conforme acentuou o ministro, têm relação direta com a agenda fiscal, com a reforma tributária e o novo arcabouço fiscal. Haddad defendeu que o país precisa sair da “agenda de curtíssimo prazo, tentar se livrar dos movimentos táticos, que são necessários, e ir para uma visão estratégica do desenvolvimento”. E complementou: “Por isso faço referência à questão fiscal em primeiro lugar, porque é pressuposto do desenvolvimento”.
Sobre a agenda do crédito, o ministro apontou que há muito o que ser feito e relatou que, antes do evento na Fiesp, esteve reunido com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, tratando desse tema e conversando sobre a necessidade de melhorar o ambiente de crédito no país.
Em relação à agenda regulatória, Haddad explicou que o Brasil, por ser um dos maiores produtores de energia limpa do mundo, tem a oportunidade de se reindustrializar a partir dessa matriz. “O mundo inteiro está em busca de energia limpa. As indústrias estão escolhendo o local para se instalar com base em energia limpa. E o Brasil é o país que está mais bem posicionado para produzir hidrogênio verde, energia eólica e solar, biomassa. Tudo o que está disponível tecnologicamente nós estamos com vantagem competitiva, e isso pode ser um forte componente de atração de investimentos estrangeiros para o Brasil e de reindustrialização do capital nacional, se tomarmos algumas medidas centrais para pensar o reposicionamento da indústria na nossa economia”, defendeu.
Reindustrialização e educação
O ministro se disse um entusiasta da agenda de reindustrialização nacional e lembrou que a pauta passa por outros setores importantes, como a saúde e a educação, e reforçou o papel do Sistema S nesse contexto: “O Sistema S precisa ter foco no Ensino Médio”. Haddad observou que o Brasil evoluiu na Educação Infantil e Fundamental como poucos países, e que o acesso à universidade foi democratizado, mas há, segundo ele, “elo frágil nesse grande ciclo”, que é o Ensino Médio. “Um jovem bem formado no Ensino Médio é um trabalhador por 50 anos, disponível para contribuir para o desenvolvimento nacional e ser recompensado por isso”, destacou.
O Sistema S é formado por organizações voltadas à educação profissional, como o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e o Serviço Nacional de Aprendizagem do Comércio (Senac), e por outras dedicadas à prestação de serviços ligados ao bem-estar social, como o Serviço Social do Comércio (Sesc) e o Serviço Social da Indústria (Sesi), além do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop), Serviço Social de Aprendizagem do Transporte (Senat), Serviço Social de Transporte (Sest) e Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
Acordos comerciais
O ministro respondeu ainda a perguntas feitas por líderes empresariais presentes à reunião. Sobre acordos comerciais, Haddad pontuou que defende o fortalecimento do Mercosul, com a superação de barreiras internas, e a negociação sempre em bloco.
O papel da construção civil na recuperação da economia também recebeu atenção especial do ministro, que afirmou que o setor tem um impacto de curto prazo muito rápido, relembrando sua contribuição na crise de 2008. De acordo com ele, a construção civil foi um mecanismo importante para a geração de empregos em iniciativas como o programa Minha Casa, Minha Vida.
Fiesp
Na reunião desta segunda-feira, conduzida pelo presidente da Fiesp, Josué Gomes da Silva, o ministro da Fazenda esteve acompanhado do secretário-executivo do órgão, Gabriel Galípolo.
*Foto: Ayrton Vignola/Fiesp