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EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA
Gasto da União com manutenção e desenvolvimento do ensino atinge 133,8% do mínimo constitucional em 2022
Em 2022, os gastos com manutenção e desenvolvimento do ensino realizados pela União chegaram a R$ 84,0 bilhões, contra R$ 76,3 bilhões executados em 2021. O valor representa 133,8% do limite mínimo constitucional estabelecido para esse tipo de despesa no ano – de R$ 68,2 bilhões. Os dados estão na edição de dezembro do Relatório Resumido de Execução Orçamentária da União (RREO em Foco), divulgada nesta segunda-feira (30/1) pelo Tesouro Nacional.
No ano, as despesas executadas com Ações e Serviços Públicos de Saúde atingiram R$ 151,9 bilhões, uma redução de R$ 27,2 bilhões em relação aos valores aplicados no ano anterior (R$ 179,1 bilhões). O montante representa 108,6% do limite mínimo constitucional calculado para o exercício, de R$ 139,8 bilhões.
A Constituição Federal estabelece que a União deve aplicar em despesas com Manutenção e Desenvolvimento do Ensino e Ações e Serviços Públicos de Saúde o valor equivalente ao limite mínimo do exercício anterior, corrigido pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 12 meses encerrado em junho do exercício anterior a que se refere a lei orçamentária. Entram nessa conta as despesas liquidadas no exercício e os valores inscritos em restos a pagar não processados.
No exercício, o déficit da Seguridade Social atingiu R$ 276,3 bilhões, resultante do recolhimento de receitas de R$ 1,114 trilhão e despesas na ordem de R$ 1,391 trilhão. O Regime Geral de Previdência Social (RGPS) apresentou déficit de R$ 270,2 bilhões, enquanto o Regime Próprio de Previdência dos Servidores Públicos (RPPS) apresentou resultado negativo de R$ 50,8 bilhões e o Sistema de Proteção Social dos Militares das Forças Armadas, de R$ 48 bilhões. O resultado entre as receitas e as despesas previdenciárias dos servidores do Distrito Federal, custeadas pelo Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF), resultou em um déficit de R$ 6,6 bilhões.
A Receita Corrente Líquida (RCL), por sua vez, totalizou R$ 1,25 trilhão no ano (14% em relação ao PIB), o maior resultado observado na série histórica iniciada em 2011. A RCL é o somatório das receitas tributárias, de contribuições, patrimoniais, industriais, agropecuárias, de serviços, transferências correntes e novas receitas correntes, deduzidas as transferências constitucionais e legais a estados e municípios e algumas contribuições.
Cumprimento da regra de ouro
No período, as despesas de capital (investimentos, inversões financeiras e amortização da dívida) somaram R$ 1,77 trilhão, enquanto as receitas de operações de crédito atingiram R$ 1,70 trilhão, resultando em cumprimento da regra de ouro com margem de suficiência de R$ 63,76 bilhões. A regra de ouro veda que as receitas decorrentes do endividamento (operações de crédito) sejam superiores às despesas de capital ao final de cada exercício fechado (janeiro a dezembro de cada ano).
O RREO em Foco da União, publicação bimestral que apresenta as informações orçamentárias consolidadas do poder Executivo federal, traz ainda dados detalhados sobre a execução dos Restos a Pagar no ano, bem como o demonstrativo das disponibilidades de caixa do Executivo em dezembro de 2022. O documento completo está disponível no site Tesouro Transparente.