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ANÁLISE
Arrecadação recorde em janeiro aponta melhora do otimismo para a economia em 2023
A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda divulgou nesta quinta-feira (23/2), durante coletiva de imprensa com a Receita Federal, a apresentação Conjuntura Macroeconômica e Arrecadação Bruta de Tributos Federais, que analisa os fatores econômicos que afetaram a arrecadação das receitas federais em janeiro de 2023, as quais apresentaram recorde de R$ 251,745 bilhões.
Conforme a Secretaria, o resultado foi impulsionado, principalmente, por fatores registrados no final de 2022, como crescimento no rendimento médio real e da massa salarial real dos brasileiros, além de melhoras na atividade econômica do setor de serviços. A SPE destacou também que a arrecadação ficou 5,7% acima da mediana das estimativas de mercado para o mês, que apontavam para R$ 238,241 bilhões no período (ou seja, o resultado efetivo ficou R$ 13,50 bilhões acima das estimativas), conforme o Prisma Fiscal.
A análise da SPE sobre o resultado da arrecadação federal em janeiro deste ano aponta que o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) registrou alta de 0,29% em dezembro. Também houve avanço de 3,1% do setor de serviços no último mês de 2022, segundo revelou a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A SPE lembra, ainda, que a indústria de transformação encerrou o ano com crescimento das horas trabalhadas, apesar do recuo do faturamento real. Outro destaque foi a queda da taxa de desemprego para 8,1% no trimestre encerrado em novembro de 2022, segundo informação da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, também do IBGE.
Os dados foram apresentados pela subsecretária de Política Fiscal da SPE, Débora Freire Cardoso, e pelo coordenador-geral de Modelos e Projeções Econômico-Fiscais da SPE, Sérgio Gadelha. Ele ressaltou que, além de ter superado a mediana das expectativas, a arrecadação federal do mês passado ficou no intervalo da projeção máxima e mínima feita pelo mercado – R$ 208,148 bilhões e R$ 260,983 bilhões, respectivamente, conforme apontado no relatório mensal de janeiro do Prisma Fiscal.
Expectativas
A melhora das previsões de mercado para 2023 é ponto de destaque no atual cenário econômico, de acordo com a Secretaria de Política Econômica. Conforme o Prisma Fiscal de fevereiro, há uma melhora das perspectivas em relação ao resultado primário do Governo Central para todo o ano de 2023. Em janeiro, a mediana de expectativa do resultado primário do Governo Central para 2023 apurado pela SPE apontava déficit de R$ 125,99 bilhões; mas a projeção foi revista pelo mercado para R$ 109,64 bilhões em fevereiro. Houve, portanto, de um mês para outro, melhora de R$ 16,4 bilhões nas estimativas.
O Prisma Fiscal, elaborado pela SPE, é um sistema que coleta expectativas de mercado para as principais variáveis fiscais brasileiras, como arrecadação total das receitas federais, receita líquida do Governo Central, despesa total do Governo Central, resultado primário do Governo Central e dívida bruta do governo geral em proporção do Produto Interno Bruto (PIB), com divulgações mensais.
“A melhora das projeções de mercado de fevereiro sobre o resultado primário de 2023 indicam que os agentes de mercado internalizaram em suas projeções as medidas de esforço fiscal anunciadas pelo ministro Fernando Haddad em janeiro”, reforçou Gadelha. A subsecretária de Política fiscal da SPE informou que a nova grade de parâmetros macroeconômicos da SPE será divulgada em março, quando será possível aprofundar as projeções para o consolidado do ano.